Cerca de 300 trabalhadores sem-terra ligados à Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar no Estado (Fetraf-PE) ocuparam neste domingo (8) três propriedades em Pernambuco. A mobilização faz parte da Jornada Nacional da Agricultura Familiar, coordenada pela Fetraf-Brasil, que planeja inserir a desapropriação de terras improdutivas, programas de crédito e assistência ao pequeno agricultor dentro do Programa de Aceleração do crescimento (PAC), nas negociações do dia 1º de Maio.
"O PAC pode ser louvável, mas para nós ele é uma falência se não incluir a reforma agrária", afirma o coordenador da Fetraf em Pernambuco, João Santos. "Um real crescimento começa no campo, com reforma agrária". Ele destaca que mais de 5 milhões de famílias brasileiras vivem "sem-terra, sem-teto e sem-cidadania".
Hoje foram ocupadas a Fazenda Santa Rosa, em Riacho das Almas, no agreste; a Fazenda Canto Escuro, em Sertânia, no sertão; e o Engenho Cristina, em Vitória de Santo Antão, na zona da mata. De acordo com a Fetraf, as áreas ocupadas estão abandonadas. Juntas somam mais de 8 mil hectares. Não houve conflito nas ações. Incluindo as oito áreas ocupadas neste ano, a Fetraf-PE coordena 88 acampamentos no Estado, além de 32 assentamentos. Desde o início do mês o movimento promoveu oito ocupações. A meta é chegar a 40 até o fim de abril.