Cerca de 600 trabalhadores sem-terra ligados ao MST estão marchando em direção ao Tribunal de Justiça do Pará, no centro histórico da capital paraense, para acompanhar o julgamento dos oito recursos que envolvem duas condenações de oficiais da Polícia Militar e 124 absolvições de cabos e soldados no massacre de Eldorado dos Carajás, em abril de 1996. Um forte esquema de segurança foi montado pela PM nas ruas próximas ao TJ. Há militares com escudos, cães, cavalaria, bombas de efeito moral e balas de borracha.
As principais avenidas da cidade estão comngestionadas pela manifestação dos sem-terra, que se deslocaram da sede do Incra, invadida por eles ontem à noite, em direção à praça Felipe Patroni, onde fica o Palácio da Justiça. No percurso de 5 km, o MST distribui panfletos e de um carro-som pronuncia palavras de ordem contra a morosidade da justiça, pedindo a condenação dos 124 militares.
O julgamento começou há pouco, com a leitura de peças do processo, que possui mais de dez mil páginas. O relator é o desembargador Rômulo Nunes, que irá proferir seu voto provavelmente no final da manhã, sobre as oito apelações da defesa e acusação.