Os cerca de 400 sem-terra que acamparam, nesta quarta-feira, à tarde, no pátio da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Cascavel, no oeste do Paraná, entraram, nesta quinta-feira, no prédio.
Eles permitiram que os funcionários trabalhassem, mas impediram o atendimento ao público. Os sem-terra exigem o cumprimento de acordos para a reforma agrária assumidos pelo governo federal.
"A princípio estávamos dormindo nos fundos do Incra, mas agora estamos na frente impedindo o funcionamento dos trabalhos" ressaltou Célia Lourenço, uma das líderes da ocupação. "A gente não mexe nos funcionários, mas não deixamos outras pessoas entrarem."
Os sem-terra que estão no Incra vieram da fazenda Cajati, uma das ocupações da região. A invasão é por tempo indeterminado e está vinculada, segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), ao cumprimento de suas reivindicações.
Na pauta estão, entre outros, a liberação de recursos para que sejam apressadas as desapropriações, revisão dos índices de produtividade, linha de crédito especial para os assentados, recursos para as agroindústrias e cestas básicas para os acampamentos. Eles também querem a renovação de promessa de assentar 400 mil famílias até o fim de 2006. No Paraná há aproximadamente 7 mil famílias acampadas.