Sem-terra acampam em frente ao Incra em Curitiba

Um grupo com aproximadamente 600 integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST), de várias regiões do Paraná, montou nesta segunda-feira (13) um acampamento em parte da rua e da calçada em frente ao prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no centro de Curitiba. Entre as principais reivindicações está o pedido para que as desapropriações de terras sejam mais rápidas. O MST também quer recursos para a infra-estrutura nos assentamentos e atualização dos índices de produtividade. "Viemos para ficar uma semana, mas pode se estender por tempo indeterminado", disse uma das coordenadoras do acampamento, Solange Luíza Parcianello.

Os sem-terra chegaram pela manhã, em 10 ônibus que ficaram estacionados ao longo da Rua Doutor Faivre, entre as avenidas Visconde de Guarapuava e Sete de Setembro, onde fica o prédio do Incra. Agentes de trânsito foram chamados para organizar o tráfego no local. "Desta vez optamos por não ocupar o prédio, deixando todo mundo trabalhar tranqüilamente", disse Solange. Apenas o estacionamento do Incra foi tomado pelos sem-terra para montar a cozinha.

Segundo o MST, a primeira reunião de trabalho deve ser realizada amanhã com o superintendente regional do Incra, Celso Lisboa de Lacerda. O movimento espera que a presidência nacional do Incra mande algum representante. De acordo com Solange, os sem-terra querem mostrar que há 8 mil famílias em acampamentos à beira de estradas no Estado. E vão cobrar o cumprimento da promessa do governo federal de assentar 9 mil famílias nos últimos quatro anos, mas ter colocado apenas 3 mil na terra.

Os sem-terra tentam ainda audiências com representantes do governo do Estado, com os quais pretendem conversar sobre possível aumento no número de escolas itinerantes. Hoje, há 11 escolas no Estado, atendendo cerca de 2,5 mil crianças e adolescentes. Com o Tribunal de Contas da União, eles pretendem mostrar que a prestação de contas sobre utilização dos recursos de assistência técnica foi regularizada e, com isso, não vêem mais motivos para que o bloqueio para novos convênios seja mantido.

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