Sem saída, Petrobras perde em três rounds na Bolívia

O acordo selado em torno das duas refinarias da Petrobras retomadas pelo governo boliviano marca o terceiro round perdido pela empresa para a Bolívia. ?Primeiro foram as mudanças na produção de petróleo e gás, com a nacionalização e o aumento de tributação; depois, veio o acordo do gás e o aumento do preço e agora, com o acordo do refino, a pauta da Bolívia se esgota de maneira prejudicial à Petrobras?, disse Felipe Cunha, analista de petróleo do Banco Brascan.

Ele considera, porém, que não havia outra saída para a estatal brasileira e o prejuízo assumido pela empresa, calculado pelo mercado em torno de US$ 80 milhões – diferença entre o valor investido pela estatal e o que será recebido pelas unidades – é ínfimo diante dos resultados da companhia. "Contabilmente, é difícil calcular o impacto, mas, com certeza, será pequeno. A capacidade total de refino da Petrobras, no Brasil e no exterior é de 2,227 milhões de barris por dia. A Bolívia representa 2,5% disso. O prejuízo afeta muito pouco e será diluído no resultado? disse Cunha.

Nesta sexta, no final do dia, a Petrobras divulga o resultado financeiro alcançado no primeiro trimestre do ano. A expectativa do mercado financeiro é de lucro entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5 bilhões. O consultor Adriano Pires usa esse valor para fazer uma comparação com a pendenga boliviana. ?O lucro da Petrobras em três meses será, pelo menos, 20 vezes o valor pago pelas refinarias. A decisão brasileira foi correta. A Bolívia saiu ganhando no curto prazo, talvez confiando na ajuda da venezuelana PDVSA, caso não consiga operar as refinarias. Mas, no médio prazo, sairá perdendo porque não vai mais haver investimento, as refinarias tornarão a ser sucateadas e a Bolívia vai empobrecer ainda mais?, afirmou.

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