Sem quórum, CPI dos Sanguessugas não vota convocações

Por falta de quórum, a CPI dos Sanguessugas não votou nesta quarta-feira (4) os requerimentos que previam, entre outros, a convocação de envolvidos na venda do dossiê Vedoin e dos ex-ministros José Serra, Barjas Negri, Humberto Costa e Saraiva Felipe. Na reunião parlamentares oposicionistas bateram boca com governistas, que cobram a investigação do conteúdo do dossiê que mostraria o envolvimento de tucanos com a máfia das ambulâncias.

"Tenho informações de que esse dossiê compromete inteiramente o José Serra. Mas hipocritamente, esta CPI não investiga isso. Esta CPI tem um lado: defender a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República", disse o deputado Eduardo Valverde (PT-RO), ao afirmar que existe um dossiê de duas mil páginas apontando o envolvimento de tucanos com o superfaturamento de ambulâncias.

"Não existe esse dossiê", afirmou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dos sub-relatores da CPI. "A única prova que se tem até agora é o R$ 1,7 milhão em dinheiro com petistas que iam comprar o dossiê", reforçou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).

O presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), rebateu as críticas de seu colega de partido de que a comissão é "hipócrita" ao não investigar o conteúdo do dossiê contra os tucanos. "Esta CPI não tem lado nem é hipócrita. Não aceito essa informação. Não entendo como alguém tentou comprar por R$ 1,7 milhão um documento que mostra o ex-ministro Serra participando de uma entrega de ambulâncias. É uma sandice", disse Biscaia.

Segundo Gabeira, o conteúdo do dossiê mostra que o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas com recursos de emendas parlamentares ao Orçamento da União teria começado em março de 2001. Na avaliação de Gabeira, o único caminho para a CPI descobrir de onde veio o dinheiro para a compra do dossiê é ouvir os envolvidos no escândalo. "Estamos em uma situação muito difícil para descobrir a origem desse dinheiro", observou o deputado.

Biscaia marcou para a próxima terça-feira uma nova reunião da CPI para tentar votar os mais de 150 requerimentos que estão à espera de análise. Paralelamente, integrantes da CPI deverão ir esta semana para Cuiabá para acompanhar de perto as investigações da Polícia Federal sobre o dossiê contra tucanos.

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