Representantes de 49 países, incluindo Brasil, Estados Unidos e os 27 da União Européia, decidiram neste sábado (27) relançar a Rodada Doha de negociações comerciais, desta vez sem margem para fracasso, ?porque o mundo está perdendo a paciência com a OMC (Organização Mundial do Comércio), segundo o chanceler brasileiro, Celso Amorim.
?É essencial?, segundo ele, ?alcançar um pré-acordo em dois meses para evitar o ?círculo vicioso? do recomeço. Mas demonstrou algum otimismo: ?Senti uma disposição positiva?, disse o ministro.
Uma das novidades animadoras foi levada à reunião pela negociadora americana, Susan Schwab: o presidente George Bush vai pedir ao Congresso na próxima semana uma extensão da autoridade para negociar acordos não sujeitos a emendas do Legislativo. Ele deverá discursar sobre a necessidade de conclusão da rodada. A autorização para Bush firmar acordos termina em 30 de junho. Lançada em 2001, a rodada deveria ter sido concluída em janeiro de 2005.
Os ministros falaram sobre todos os grandes temas da rodada – agricultura, indústria, serviços e regras – mas não discutiram porcentagens. Foi uma reunião com ?muita determinação e nenhum número?, segundo o ministro do Comércio da Índia, Kamal Nath.
Amorim apontou como sinais positivos o anúncio oficial da iniciativa de Bush e a disposição européia, declarada na reunião de se aproximar da proposta do Grupo dos 20 para o comércio agrícola. ?Em agricultura, creio que a zona de aterrissagem se aproxima da ambição da proposta do G-20, mesmo que não possamos atingi-la com precisão?, havia dito, na reunião, o comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson.