Sem contra-proposta do governo, PF mantém ameaça de paralisação

Brasília – Não houve negociação nesta quarta-feira (11) entre o Ministério do Planejamento e os funcionários da Polícia Federal (PF), que pedem 30% de aumento salarial. A contra-proposta não foi apresentada pelo governo, conforme o esperado pela categoria. O ministério não dá informações sobre a contra-proposta, mas adianta que não concederá o valor do reajuste pedido. O reajuste havia sido acertado entre PF e o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

"É um novo governo, eleito com novas prioridades", avisa o secretário de Recursos Humanos do ministério, Sérgio Mendonça. ?Pode ser o que eles não querem?.

Sem resposta do governo federal, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) mantém sua agenda de mobilização. Marcou uma paralisação de 24 horas em todo o país, no próximo dia 18. Também pretende organizar caminhadas em todo o país e uma assembléia geral em Brasília para pressionar o governo federal. Em princípio, a associação não pretende convocar greve.

Os representantes das associações de classe esperaram por quase duas horas o secretário. Se disseram humilhados e foram embora sem que a reunião, marcada para esta quarta-feira, fosse realizada. ?Havia sido marcada para ontem (10) e remarcada a pedido do ministério. O entendimento é de que realmente não querem nos receber?, afirma o presidente da associação, Sandro Torres Avelar. Uma nova reunião com o ministério do Planejamento ainda não foi marcada.

O governo explica que a demora se deu por conta do fechamento da contra-proposta que será apresentada. Segundo o secretário de Recursos Humanos, a proposta só foi fechada hoje após conversas entre os ministérios do Planejamento e Justiça. Ele lembra que os delegados já possuem os maiores salários do Poder Executivo, tendo remuneração mais alta que a dos ministros e do próprio presidente da República. Hoje, o salário base de um delegado é R$ 10.862,14 e o teto é de R$ 15.391,48. Porém, agentes federais e peritos também fazem parte das negociações.

Por meio da Medida Provisória (MP) 305, de 11 de julho de 2005, foi concedido aumento de 60%, dividido em duas parcelas de 30%. Em fevereiro do ano passado, o então ministro Thomaz Bastos reiterou o compromisso perante a categoria. No documento, afirmava que o reajuste já havia sido ?acertado com a equipe econômica? e que seria concedido ainda no exercício de 2006, o que não ocorreu. Em julho passado, os funcionários receberam a primeira parcela do acordo, mas a segunda, que deveria sair em dezembro não ocorreu.

A forma de pagamento também foi alterada com a MP. Os direitos trabalhistas foram incorporados ao salário como forma de subsídios. O presidente da ADPD reclama que a mudança não foi boa. "Perdemos as nossas vantagens pessoais?. Entre os direitos incorporados e não mais pagos separadamente, como um acréscimo no salário, estão os adicionais de periculosidade e noturno, por horas extras e plantões.

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