Sem alimentos, alta do IPC-S foi de apenas 0,11%

A alimentação continua sendo a vilã da inflação na segunda quinzena de março, segundo os dados apontados hoje pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). "Se entre janeiro e a segunda quinzena de fevereiro o excesso de chuvas encareceu o valor de hortaliças e legumes, a falta de água e o calor impediram uma tradicional forte queda nos preços no período posterior", avaliou o economista da FGV André Braz.

Na semana de até 15 de março, as hortaliças e legumes retraíram de 11,19% para 10,45%. O problema, lembra Braz, é que nesse mesmo período houve uma maior pressão das frutas (de 3,20% para 3,57%) e de um novo fator que influenciou os preços do frango (de R$ 3,13% para 3,62%) e os ovos (de 6,34% para 7,64%).

Para confirmar a forte influência dos alimentos no indicador semanal, a FGV fez um exercício e retirou o item alimentação do cálculo. O resultado é que o IPC-S sem este dado seria de 0,11% em vez dos 0,50%.

Segundo André Braz, a tendência para as próximas semanas é de alta, mas não há qualquer risco de se extrapolar o porcentual da inflação para este ano. "São questões sazonais e que não afetam a inflação no longo prazo", comentou.

De acordo com o economista, a tendência de alta se dá por conta de outras pressões que devem vir sobre o indicador, além da fraca desaceleração no segmento de Alimentação. Um dos setores que já contribui esta semana e que deve aumentar a pressão nas próximas é do segmento de Vestuário. "A diminuição do número de promoções com o término da estação deverá influenciar o indicador", prevê o economista.

Já o segmento de Transportes, que passou de 1,13% para 0,51% foi influenciado por dois motivos. O primeiro deles foi o fato de não ter havido novos reajustes em tarifas de ônibus no período. O segundo foi a queda no preço do álcool (-0,77%) e da gasolina (-0,20%) na semana que passou.

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