O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, disse hoje (29) que o Seguro da Agricultura Familiar passará por uma avaliação em julho, após o teste representado pela estiagem na safra de verão. "Estamos concentrados na operação da indenização de todos os segurados e vamos abrir uma avaliação a partir de julho, para diminuir os riscos da produção", descreveu Rossetto. O ministro explicou que ações como a diversificação da produção, adoção de tecnologias e do zoneamento climático adequado podem diminuir os riscos da atividade.
As medidas não implicam em aumento de custos para os agricultores familiares, em contrapartida ao benefício do seguro assegurou o ministro. "São tecnologias de manejo da produção, dos melhores prazos e calendários que possam orientar de maneira mais clara os nossos produtores", observou. Com a estiagem e a comprovação das perdas, estão sendo pagos entre 2 e 3 mil contratos por dia como ressarcimento aos segurados.
Rossetto disse que a Espanha é uma referência em termos de seguro agrícola. O subsecretário de Agricultura, Pesca e Alimentação da Espanha, Santiago Menendez de Luarca, participará da abertura do Seminário Internacional sobre Seguro de Emergência e Seguro Agrícola, hoje (29) à noite, em Porto Alegre. Durante o evento, a Espanha irá apresentar seu modelo, que será adotado também pela França, disse Luarca.
A realização do seminário faz parte das medidas definidas em acordo entre o presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodriguez Zapatero, em janeiro. Na época, eles assumiram o compromisso de promover ações contra a fome e a pobreza. O evento terá também a participação do Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas, o principal agente para ações humanitárias da entidade, que também é promotor do seminário, junto com os governos do Brasil e Espanha e a Assembléia Legislativa gaúcha.
No Brasil, o programa deve apoiar ações estruturais, diferentemente do que faz na África, onde promove a distribuição direta de alimentos, disse o coordenador regional para a América Latina e Caribe, Omar Bulla. Há duas semanas, o comitê gestor aprovou dois projetos de assistência técnica na América Latina, lembrou Bulla. O seminário prossegue até sábado (2) com a presença de representantes dos países do Mercosul, Chile, Bolívia, Colômbia, México, Venezuela, Espanha, Índia, África do Sul e Etiópia.