Eliane Cardoso de Souza, de 36 anos, e Tafarel Morais de Siqueira, de 27, foram mortos a tiros na noite desta terça-feira (24), na Vila Nossa Senhora da Luz, Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Os atiradores usaram até um fuzil no crime e a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga se o duplo assassinato tem relação ou não com a disputa por ponto de venda de drogas na região. A Vila tem um histórico de violência e crimes por conta do tráfico de drogas.

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O crime aconteceu na esquina das ruas São Teotônio com Doutor Demerval Prestes Branco. Era por volta das 20h30 quando chegaram quatro homens num Crossfox e começaram a disparar. No momento dos tiros, além do casal, havia mais gente na rua, inclusive crianças que brincavam acompanhadas dos pais.

Eliane foi atingida por um único disparo no ombro e morreu na hora. Já Tafarel, que estava de moto, caiu ao lado do veículo. Ele foi atingido por 10 tiros em várias partes do corpo. Além de uma pistola calibre 9 milímetros, os atiradores usaram ainda um fuzil de calibre 556.

A DHPP apurou que tanto Eliane como Tafarel tinham indicativos criminais. Apesar disso, para a família do rapaz, o crime aconteceu por engano e eles sequer conheciam a Eliane. “Fiquei bobo de ver. Imagino que ele estivesse no lugar errado ou com a companhia errada. Não conhecíamos a moça, até porque ele dizia que a namorada dele morava em outro bairro, ele também não falava pra gente o que ele fazia, mas não era uma pessoa que bagunçava ou que desse trabalho”, disse o padrasto do rapaz.

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Completamente assustada e chorando muito, a mãe de Tafarel disse que, horas antes de o crime acontecer, havia chamado o filho para ir à igreja. “Ele disse que, se desse tempo, voltava para ir, mas não deu. Tiraram a vida dele”, contou. A mãe também não sabia quem era Eliane e se a mulher tinha algum relacionamento com Tafarel. “Não sei quem era essa moça que estava com ele, mas ele só disse que iria sair, não falou nada pra gente”, completou a idosa, que tem mais três filhos.

Foto: Pedro Serápio.

Investigações

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Por enquanto, para a polícia, não é possível dizer qual foi o motivo do crime. “E nem a gente afirmar se os dois se conheciam, se existe um relacionamento entre os dois”, adiantou o delegado Leonardo Carneiro Bueno. A DHPP busca, nos próximos dias, ouvir testemunhas e familiares que possam ajudar nas investigações. “Queremos e vamos esclarecer não só isso (se os dois tinham algum relacionamento), mas também o crime em si”.

Para o delegado, o crime tem características de execução e, com base no histórico da Vila Nossa Senhora da Luz, onde há uma disputa antiga pelo ponto de tráfico de drogas, a DHPP avalia se isso não pode ter motivado mais essas mortes. “É um fato que não pode ser descartado. Têm ocorrido mortes em sequência na região, então tudo isso tem sido analisado pela delegacia de área para descobrirmos se há relação”. Denúncias podem ser feitas através do 0800-643-1121.