Não esquentou lugar

Um dia após ser preso com celulares roubados, empresário paga fiança e é solto

O empresário está detido no Cope e à disposição do Poder Judiciário. Foto: Pedro Serapio.
O empresário está detido no Cope e à disposição do Poder Judiciário. Foto: Pedro Serapio.

Apenas um dia após ser preso, o empresário de 38 anos suspeito de vender celulares de alto valor roubados de dois shoppings de Curitiba, foi solto um dia depois. Para ser liberado, ele pagou fiança de R$ 2 mil – metade do valor de um aparelho dos que foram encontrados com ele, foi estipulado em audiência de custódia.

A prisão, que foi noticiada pela Tribuna do Paraná, foi cumprida na ultima quinta-feira (5), pelos policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil. Conforme as investigações, o homem é suspeito de revender aparelhos roubados por um preço menor do que o de mercado. O nome dele, no entanto, não foi divulgado.

Com o empresário, que também estava com munições (algumas de uso restrito), os policiais apreenderam cinco iPhones roubados de duas lojas dos shoppings Mueller e Crystal. “Alguns aparelhos eram vendidos por R$ 1500, mas na verdade custavam quase R$ 5 mil”, explicou o delegado Marcelo Magalhães. Assaltos a lojas de celulares de shoppings e hipermercados têm virado rotina em Curitiba nos últimos meses.

Fiança estipulada em audiência

Logo depois da coletiva de imprensa em que a Polícia Civil passou as informações sobre a prisão, que se deu durante as investigações por causa dos constantes ataques aos shoppings e estabelecimentos fechados de Curitiba e região, o empresário foi encaminhado a uma audiência de custódia. O juiz Rubens dos Santos Júnior foi quem concedeu liberdade provisória com fiança ao homem e definiu o valor de R$ 2 mil.

Assim que o pagamento da fiança foi feito pela família, o suspeito foi colocado em liberdade, mas algumas proibições. Além de não poder mais sair de Curitiba por mais de oito dias sem que seja autorizado, ele deve comparecer, todos os meses enquanto o inquérito estiver em andamento e depois até que o eventual processo seja julgado, para informar e justificar quais atividades tem feito.

Investigações continuam

Ainda no Cope, o delegado responsável pela prisão do empresário explicou que ele continua sendo investigado pelos aparelhos que estavam com ele, mas também por outra suspeita, isso porque ele possui registro de vigilante junto à Polícia Federal (PF). “Ele tem registro e agora vamos procurar saber se ele já trabalhou em shopping, se já usou dessa qualidade para, de repente, ingressar numa quadrilha que pratica roubo”, explicou Marcelo Magalhães.

Até o momento, os policiais não divulgaram nenhuma informação sobre o que podem ter descoberto sobre o homem. “Sabemos que ele seria um receptador de pelo menos uma dessas quadrilhas, mas não descartamos a possibilidade de que tenha participado efetivamente dos roubos. Nem que seja uma participação intelectual”.

Sesp lamenta

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp-PR) informou que não comenta decisão judicial. Mesmo assim, “lamenta, no entanto, que nosso ordenamento jurídico permita que uma pessoa suspeita de receptar celulares roubados de shoppings de Curitiba seja libertado mediante pagamento de fiança no auge desta atividade criminosa que coloca em risco a vida de milhares de pessoas”. A Sesp disse ainda que “lamenta ainda pelos nossos policiais civis e militares que trabalham arduamente para prender criminosos para depois vê-los soltos dias depois”.

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