A Justiça de São Paulo autorizou a transferência para Curitiba de Carlos Eduardo dos Santos, 54 anos, suspeito de ter assassinado a menina Rachel Genofre, de 9 anos, em novembro de 2008. A transferência é para dar continuidade à investigação da morte da menina, cujo corpo foi encontrado com sinais de violência sexual dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba.
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Somente quase 11 anos depois, em setembro deste ano, Santos foi identificado como suspeito do caso a partir de análise genética – a demora levou a Polícia Civil do Paraná a pedir desculpa à família da vítima. Santos está detido no presídio Sorocaba II, no interior paulista desde 2017, cumprindo pena de 22 anos por estupro, estelionato e roubo, e confessou que matou a menina.
A Justiça paulista autorizou em 23 de setembro a transferência para que Santos venha a Curitiba prestar mais esclarecimentos e participar da reconstituição do assassinato. A autorização foi dada quatro dias após a identificação genética do suspeito, que em depoimento à Polícia Civil do Paraná no presídio admitiu o crime, dizendo que convenceu Rachel a ir com ele prometendo levar a menina a um programa de TV.
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Sequência da investigação
Apesar da autorização judicial da transferência, a Polícia Civil não definiu a data para que isso ocorra. “A Polícia Civil do Paraná ainda realiza diligências imprescindíveis com relação ao caso. Sendo assim, aguarda o momento mais oportuno para realizar a transferência do suspeito”, diz, em nota, a corporação.
A nota, entretanto, não detalha quais são essas novas etapa das da investigação sob a alegação de poderia atrapalhar o andamento do caso. Apesar da comprovação genética e do fato da admissão, Santos ainda não foi indiciado.
Desde o cruzamento de dados – comemorado por policiais criminalísticos que trabalharam anos no caso -, a polícia está dando sequência às novas etapas da investigação. Uma delas foi justamente o interrogatório de Santos em Sorocaba. Em depoimento, o detento disse que se fingiu de produtor infantil para atrair a menina, prometendo levá-la a um programa de televisão.
Apesar da confissão de Santos, a polícia ainda apura se há participação de mais pessoas no assassinato. Essas investigações também serão cruzadas com as informações obtidas no interrogatório. Para a polícia, a presença do suspeito em Curitiba poderá contribuir ainda na reconstituição do crime.
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Relembre o caso
O corpo da menina Rachel Genofre, de 9 anos, foi encontrado dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba no dia 5 de novembro de 2008, dois dias depois de a menina desaparecer, na saída do Instituto de Educação, escola onde a garota estudava no Centro de Curitiba. Rachel foi posta na bolsa envolvida em dois lençóis. Havia sacolas plásticas na cabeça e a menina estava nua da cintura para baixo. Laudos técnicos comprovaram que Rachel sofreu violência sexual e diversas agressões.
Nas investigações ao longo dos anos, a Polícia Civil chegou a prender diversos suspeitos. Cerca de 100 exames de confronto de DNA foram realizados, mas todos deram negativo. Investigadores chegaram a viajar a quatro estados para interrogar suspeitos.
Após quase 11 anos, o principal suspeito foi identificado em setembro de 2019 a partir de mais uma análise genética. A identificação foi possível a partir da integração da base de dados da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) com as forças de segurança de São Paulo e Brasília.
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