Duas tentativas de suicídio registradas no Paraná até esta quarta-feira (19), uma em Curitiba e outra em Pato Branco, tiveram relação com o “jogo” Baleia Azul. Outros seis casos ainda estão sob investigação. As informações foram confirmadas pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) durante coletiva de imprensa no fim da tarde desta quarta-feira (19).
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, a situação registrada na capital aconteceu em uma escola pública do bairro Pinheirinho. “Esse adolescente foi identificado quando convocava colegas para que o filmassem se jogando a fim de cometer o suicídio”, disse. O Conselho Tutelar interviu na situação e encaminhou o garoto para tratamento na Unidade de Pronto de Atendimento (UPA) do bairro, onde ele foi sedado.
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Dos outros casos sob suspeita, quatro receberam atendimento na UPA do Sítio Cercado, onde os adolescentes foram internados com lesões pelo corpo e intoxicação medicamentosa.
Investigação
A partir dessas informações, a secretaria iniciou as diligências e convocou uma força-tarefa para auxiliar nas investigações. “Incitação ao suicídio é crime, então trabalharemos para identificar os envolvidos que estão recrutando esses jovens”, afirmou.
A operação reunirá a equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria). Além disso, o Instituto de Criminalística do Paraná também foi notificado para que priorize as perícias em computadores e celulares apreendidos no caso.
Prevenção e atenção
Além disso, o secretário convoca pais e professores a auxiliarem na empreitada. “Vocês devem redobrar o cuidado, observar mudanças de comportamento, apresentação de lesões, falta de comunicação e também falta de alimentação dos adolescentes sob seus cuidados. Se perceberem qualquer situação duvidosa, registrem o boletim de ocorrência na Polícia Civil e entreguem os aparelhos eletrônicos para perícia”.
Ele ainda garante aos adolescentes que não há qualquer risco para seus familiares, que são supostamente ameaçados durante o “jogo”. “Não existe o menor risco físico para seus pais e professores ao você contar a experiência pra eles. Então, contém o que está acontecendo”, enfatizou.
Não há balas envenenadas
Ainda na coletiva, Wagner afirmou que não ocorreu no Paraná nenhum indício de distribuição de balas envenenadas em qualquer escola pública ou privada. Essa informação foi divulgada amplamente em redes sociais e indicaria que um dos “desafios” propostos aos jovens. “Pedimos que não acreditem e não repassem essas informações”, finalizou.