“Ele disse que se ela contasse, iria fazer coisa pior pra ela e pra família dela”, contou a mãe de uma menina de 11 anos, que foi estuprada por um vizinho. O autor do crime, que tem 25, quase acabou linchado pela população do Jardim Tropical, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), nesta terça-feira (18).
O estupro aconteceu na quinta-feira da semana passada, mas a família só soube dias depois. “Ela ficou com medo justamente por causa das ameaças”, explicou a mãe. Conforme a Polícia Civil, a denúncia foi feita na segunda-feira (17).
Perigo ao lado
Segundo a família, a violência sexual aconteceu enquanto a menina ajudava o vizinho num serviço doméstico. “Moramos ao lado, ele era amigo da gente e pediu para que deixássemos ela o ajudar na limpeza, mas ele não ficaria em casa”.
O rapaz teria simulado que saiu de casa e abusou da menina. “Disse que se ela gritasse seria pior”. Pouco tempo depois, a família buscou a menina e ela, com medo, não contou nada nem mesmo para a mãe.
Desconfiado de que ela pudesse ter contado algo, o rapaz chegou a ir até casa da família dois dias após o crime. Alguns dias depois, no domingo (16), a garota resolveu contar para uma tia e a mãe da criança acabou descobrindo. “Procuramos a delegacia para denunciar e fazer todos os exames necessários, mas a gente fingiu pra ele que não sabíamos de nada”, comentou a mãe.
Apanhou de vizinhos
Achando que ninguém sabia do que havia acontecido, o rapaz continuou agindo como se nada tivesse feito. Nesta terça-feira, quando passou pelos familiares da menina, houve revolta. “O povo queria matar ele dentro do terreno, mas eu não deixei”, contou a mãe da garota.
Enquanto apanhava, o rapaz teria confessado que realmente estuprou a menina. “Pediram pra ele dizer se tinha feito mesmo e ele não negou não. É por isso que eu quero Justiça, ele confessou”, desabafou.
O jovem foi encaminhado ao Hospital Cajuru, em Curitiba, onde continua internado. Não se sabe qual é o estado de saúde dele, mas conforme os próprios familiares da vítima, teve vários ferimentos.
Polícia investigando
O delegado Ary Nunes Pereira, da delegacia de Piraquara, disse que já está trabalhando no caso desde quando recebeu a denúncia. “De qualquer forma, tenho que esperar o laudo dos exames sair, para então comprovar o abuso e pedir a prisão. Quanto mais provas, melhor”.
Conforme o delegado, a agressão complicou os familiares, que embora revoltados não poderiam ter feito justiça com as próprias mãos. “Claro que a gente entende a raiva do momento. Mas a população tem que confiar no trabalho da polícia e da Justiça, porque vamos agir corretamente”.
O prazo para o laudo e a finalização do inquérito policial é o mesmo de todo procedimento policial: 30 dias. De qualquer forma, a família – que esteve na delegacia nesta terça-feira depois da agressão – foi chamada novamente para ser ouvida nesta quarta-feira (19) e as investigações continuam.