Dez pessoas foram presas em uma ação da Polícia Civil do Paraná e de Santa Catarina na manhã desta quarta-feira (4). Segundo as investigações, a quadrilha é suspeita de roubar R$ 10 milhões em cargas. Eles teriam cometido pelo menos cinco assaltos a caminhões no período de quatro meses. A polícia cumpriu oito dos 12 mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão. Duas pessoas foram presas em flagrante.
A ação, deflagrada pela Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas (DFRC), da Polícia Civil do Paraná, resultou na apreensão de bens desta quadrilha comprados com recursos oriundos do crime. Com os presos, os policiais apreenderam várias armas, cinco carros – entre eles um de luxo avaliado em mais R$ 300 mil, três caminhões, duas motocicletas de luxo (avaliadas em R$ 100 mil) e telefones celulares. Além de Curitiba, o cumprimento dos mandados também se deu nas cidades de Pontal do Paraná e Paranaguá, no litoral do Paraná, e em Joinville, em Santa Catarina.
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O delegado titular da DFRC Ademair Cruz Braga Júnior, que comandou a investigação, afirmou que a quadrilha agia em diferentes locais tanto no Paraná quanto em Santa Catarina. A investigação começou após o roubo, em outubro, de quatro caminhões carregados de chocolate, avaliados em R$ 750 mil, do pátio de uma transportadora em Curitiba, por isso a operação recebeu o nome “Cacau Seguro”. Uma parte da carga foi recuperada em Itajaí.
“Isso dificultou um pouco o trabalho da polícia para reunir todas as informações destes roubos e mapear esta quadrilha”, disse. “A escolha das cargas que iriam ser roubadas era feita de acordo com a facilidade de comercialização do produto, a dificuldade de identificação e sempre visando grandes volumes”, explicou o delegado, citando que ao longo da investigação foram recuperados cerca de R$ 6 milhões.
Quatro criminosos estão foragidos: Leandro Ripka (responsável pela distribuição da carga roubada) Leandro Zanão da Silva (teria contratado criminosos para participar dos crimes), Edinaldo Oliveira Venceslau (fazia o levantamento dos locais a serem roubados) e Bruno Rafael de Oliveira (intermediador da venda das cargas no Estado de Santa Catarina).
Outros roubos
O delegado suspeita que a quadrilha tenha envolvimento em outros roubos a cargas no Estado e agora, as investigações serão intensificadas para identificar outros receptadores. “Já temos indícios de que há receptadores também no Rio Grande do Sul, além de Paraná e Santa Catarina”, adiantou Braga Júnior.
Durante a operação os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão em um mercado, na cidade de Joinville (SC) e encontraram parte da carga roubada sendo exposta para venda. Funcionários deste estabelecimento ainda tentaram apresentar notas fiscais para comprovar a origem dos produtos, mas estes documentos eram falsos, já que o lote que estava no mercado era o mesmo da carga roubada.
Os suspeitos são investigados por pelo menos cinco assaltos a caminhões e cargas, realizados no período entre outubro de 2017 a fevereiro deste ano. De acordo com a polícia, todos os crimes foram praticados de forma semelhante e com índicos de participação do mesmo bando, que utilizava aparelhos de bloqueadores de sinal para evitar que os caminhoneiros utilizassem rádios e aparelhos celulares no momento dos roubos, ou que as cargas pudessem ser rastreadas.
A investigação ainda mostrou que o grupo possui ação estruturada, com os criminosos dividindo as funções, desde o planejamento, passando pelo ataque, armazenamento e repasse das mercadorias. Outras prática do grupo seria utilizar carros roubados ou com placas adulteradas para fazer o perímetro e levantamento do local em que praticarão o crime. “Por vezes a audácia os levavam a utilizar os próprios veículos para este fim”, explicou o delegado da DFRC.
Paraná e outros cinco estados são alvo de operação contra roubo de cargas