Sem remédio

Polícia prende quadrilhas especializadas em roubo de farmácias

Polícia apreendeu mais de R$ 9 mil reais em produtos roubados de farmácias de Curitiba. Foto: Rodrigo Guilherme/Tribuna do Paraná
Polícia apreendeu mais de R$ 9 mil reais em produtos roubados de farmácias de Curitiba. Foto: Rodrigo Guilherme/Tribuna do Paraná

Numa só investigação, a Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) de Curitiba prendeu dois grupos criminosos distintos, responsáveis por mais de 15 furtos e roubos contra farmácias de Curitiba. Um grupo era formado por mulheres, que discretamente furtavam produtos das prateleiras. O outro era de homens, que agiam armados, mais em busca de dinheiro do que de produtos. Do grupo das mulheres foram presas Yasmin Françoa Iani, 29 anos, e Ana Paula Batista da Silva, 28 anos. Uma mulher de 56 anos, que ajudava nos furtos, está foragida. Do grupo masculino foi preso Marlon Sérgio de Lima Oliveira, 26 anos.

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Conforme o delegado Victor Loureiro Almeida, os dois grupos não se conheciam e agiam de forma distinta. No entanto, o que os uniram na mesma investigação é que eles repassavam os produtos furtados e roubados ao mesmo receptador, um homem de 55 anos que foi preso no bairro CIC, em Curitiba, com mais de R$ 9 mil em produtos sem comprovação de origem. Ele alegou à polícia que não mora ali e que apenas estava à espera do morador da residência para comercializar um veículo. Mas a explicação não convenceu os policiais e o homem foi indiciado em flagrante por receptação. Mas pagou fiança e foi solto.

O delegado ainda não sabe dizer com quem o receptador negociava os produtos. Mas desconfia que, pela quantidade, era com algum estabelecimento grande, que pudesse comprar tudo de uma vez só. “Nós não temos nenhum relato de algum roubo grande, no qual tenham levado todos esses produtos de uma só vez. Então acreditamos que essas pequenas quadrilhas estavam coletando aos poucos os produtos, em cada crime, e entregando a este receptador, que estava juntando para repassar tudo de uma vez a algum estabelecimento de maior porte”, explica Almeida.

Modus operandi

O delegado Marcelo Magalhães, também da DFR, explica que os dois grupos agiam diferente. As mulheres entravam em duas na farmácia. Enquanto Terezinha Borges, 56 anos, ia até o balcão pedir algum medicamento, para distrair os funcionários, a outra passava pelas prateleiras e, mesmo sabendo que estava sendo filmada, enfiava cosméticos ou medicamentos dentro da bolsa. “Em geral eram furtos, sem nenhuma violência. A não ser que elas fossem descobertas por algum funcionário, que ia intimá-las a devolver os produtos. Aí a Yasmin costumava intimidar e ameaçar, dizendo que era mulher de bandido e que a funcionária deveria ‘se cuidar’. Aí nestes casos deixava de ser furto e passa a ser roubo, pela violência”, explica Magalhães.

Ana Paula seria a mulher que ficava ao volante do carro, lá fora, dando cobertura. E a polícia ainda investiga a possível participação de mais um homem nos crimes. Só delas, a polícia constatou 12 furtos. “Sem contar os que nós não atribuímos a elas ou os que as farmácias sequer perceberam”, analisa Magalhães.

Já o outro grupo, de homens, atuava com menos frequência do que as mulheres. Mas empregavam mais violência e buscavam farmácias que tinham cofres. Chegavam a levar entre R$ 1000 e R$ 1500 em cada crime, sem contar os produtos que recolhiam também na loja. Só deles a polícia constatou cinco assaltos entre os dias 16 de abril e 15 de maio. Marlon e o primo dele, Jefferson de Oliveira Lima, 23 anos, foram identificados pelas câmeras de segurança. Jefferson escapou da polícia e está foragido. Marlon foi preso no bairro Cajuru (mesmo bairro onde Yasmin e Ana Paula também foram detidas), porém diz que é trabalhador, que nunca cometeu um crime e quem é “errado” é seu primo.

Farmácias

No primeiro roubo, conforme a polícia, Jefferson e Marlon renderam funcionários de uma farmácia na Avenida Água Verde, de onde levaram R$ 1,4 mil do cofre. Em outro crime, dia 3 de maio, no bairro Portão, os suspeitos trancaram funcionários e clientes no banheiro e levaram R$ 580 em dinheiro, além de R$ 600 em produtos de perfumaria e cosméticos. O último roubo em que a dupla foi identificada ocorreu na Vila Hauer, no dia 15 de maio, onde também levaram dinheiro e produtos.

Quem tiver informações sobre o paradeiro de Jefferson e de Terezinha pode informar diretamente à DFR pelo telefone 3218-6100. A denúncia pode ser anônima.

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