Cinco mulheres que faziam parte de uma quadrilha especializada em extorquir proprietários de veículos foram presas nesta quinta-feira (14). A ação, que começou nas primeiras horas da manhã, denominada Boi na Linha, prendeu as suspeitas que, a princípio, forneciam contas bancárias para que as vítimas depositassem valores frutos do crime. Os policiais fizeram buscas em Curitiba e também em Londrina, Rolândia e Jaguapitã, no interior do Paraná. Em Curitiba mais de vinte pessoas foram vítimas do golpe, segundo o delegado Erick Tutia Guedes.
De acordo a Polícia Civil, o golpe era simples, mas as vítimas caíam e muitas foram prejudicadas. Durante quatro meses foram investigadas pessoas que tinham objetivo de cometer extorsão, via telefone, contra vítimas que tiveram seus veículos furtados ou roubados. Os criminosos não estavam com os carros roubados, porém a partir de informações publicadas nas redes sociais – onde as vítimas costumam divulgar dados de veículos roubados para que a população ajude a encontrar – aproveitavam para contactá-las e aplicar o golpe. Eles pediam uma quantia em dinheiro para “devolver” o veículo, tipificando assim a extorsão.
“Nós orientamos as vítimas a sempre procurarem a polícia, para que uma apuração seja feita. Estamos investigando para saber se há policiais envolvidos no repasse dessas informações. Essas prisões temporárias, por exemplo, são para que essas presas sejam interrogadas, para que a gente chegue até a pessoa que repassava essas informações. Aqui em Curitiba mais de vinte pessoas foram vítimas do golpe, mas sabemos que o golpe acontece no Brasil todo. A primeira fase da operação foi em dezembro de 2018 e seguimos com a investigação para que todos acabem presos”, explicou o delegado.
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Golpe rápido
“Três horas após uma postagem minha em uma rede social, contando sobre o furto de minha moto, um homem entrou em contato comigo, por meio de um número ‘privado’, e disse que devolveria ela assim que eu pagasse R$1,5 mil. Eles sabiam o número do chassi, meu CPF e nome completo, informações que eu não compartilhei na rede. Além disso eles sabiam os dados da moto, como placa e modelo. Eu comecei a negociar com eles, mas entrei em contato com a polícia, que foi ouvindo toda a conversa. Eles me forneceram até mesmo uma conta bancária para o depósito, dizendo que se eu pagasse, eles me devolveriam a moto”, esclareceu o advogado Emerson Sette.
Emerson só não caiu no golpe porque resolveu perguntar para o homem qual era a cor da moto, informação que o golpista não soube responder. “Ele começou a dar risada e disse que ‘dava’ esse golpe em muito curitibano, porque todos caiam. Essas informações, sobre chassi e meus dados, só as autoridades tem. Eu já repassei isso para a polícia”, finalizou.
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Foram identificadas oito pessoas deste grupo, contra as quais foram expedidos mandados de prisão temporária e busca e apreensão nos respectivos endereços. Pelo menos uma das mulheres foi presa em Curitiba, ela foi encaminhada à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV). As investigações continuam.
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