Cerca de 80 familiares e amigos dos jovens Ruhan Luiz Machado e Deyvid Fronza, mortos recentemente durante ações da Polícia Militar (PM), se reuniram na tarde desse domingo (25) no centro de Curitiba para protestar e tentar chamar a atenção das autoridades policiais. Com faixas e camisetas, os familiares pediram justiça e, nas escadarias do prédio histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade, entoaram canções em memória dos jovens.
Para Suzete Machado, mãe de Ruhan, a morte de seu filho foi classificada como “execução”. “Eles entraram e atiraram, sem perguntar nem saber absolutamente nada. Meu filho nunca se envolveu com a criminalidade nem nada parecido. Tinha acabado de passar no curso de direito e estava cheio de planos para o futuro”, disse. Suzete ainda contesta a forma com a qual a apuração do caso foi conduzida pelas autoridades policiais. “Forjaram uma situação para parecer que meu filho estava armado. Mas a própria arma apresentada estava tão cheia de impressões digitais dos próprios policiais que não pôde ser usada como prova”, ressaltou.
Caroline Fronza, mãe de Deyvid, também estava no local. Ela demonstrou indignação e afirmou que os policiais atiraram contra seu filho erroneamente. Assim como Suzete, Caroline considerou revoltante a ação da polícia. “Só porque ele estava com uma jaqueta parecida com a de um criminoso que eles perseguiam, saíram atirando sem nem saber quem ele era”, disse.
Os manifestantes saíram em caminhada na direção do Museu Oscar Niemeyer, onde o ato será encerrado.
Relembre os casos
Ruhan tinha 20 anos e foi baleado na Rua Malba Gama Scremin, bairro Cajuru, no dia 22 de outubro. Na data do fato a PM afirmou que os policiais do 20º Batalhão tinham sido acionados para atender a um achado de cadáver próximo ao local e, durante o patrulhamento, teriam se deparado com jovens em “atitude suspeita”, Ruhan estaria entre eles. Ainda segundo a polícia, durante a abordagem, o rapaz teria atirado contra a equipe. Os responsáveis pelos disparos que vitimaram o rapaz foram afastados do cargo.
Deyvid Fronza, por sua vez, foi morto pela PM suspeito de integrar um grupo de assaltantes. Morto no interior do terreno onde morava com a família, Deyvid vestia uma jaqueta parecida com a de um dos integrantes da quadrilha que acabara de realizar um assalto a uma lanchonete em Almirante Tamandaré. Na data do fato a corporação garantiu que o rapaz estava com a arma roubada de um policial e parte do dinheiro de uma das vítimas. A família contesta a versão e afirma que o rapaz foi morto por engano.
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Após briga, jovens são executados a tiros em casa em Curitiba