Veja o vídeo!

Após surto de sarna, presos ameaçam fazer motim se carceragem não for esvaziada

“A secretaria disse que transferiu todos os presos, estamos aqui para provar o contrário”, assim desabafou um dos presos que estão na carceragem da Delegacia de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). No vídeo, divulgado pelo Conselho da Comunidade na manhã desta segunda-feira (4), os detentos reforçam a informação de que só foram transferidos 12 presos do local, que, mesmo interditado pela Justiça, continua abrigando gente e agora sofre um surto de sarna. Assista:

Segundo os presos, se entrar mais gente na carceragem eles prometem um motim. “Vamos quebrar a cadeia, porque somos humanos e queremos os nossos direitos mesmo cumprindo a pena”, defendeu um dos detentos. “Saíram 12, mas entraram mais cinco. Todos os dias têm entrado novos presos e vocês ‘metendo o louco’ e dizendo que tiraram todos”.

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A carceragem da Delegacia de São José dos Pinhais começou a ser notícia no final de semana, quando a denúncia da condição dos presos, que estão doente, ganhou repercussão. Interditada desde 2015, o local, que nem poderia abrigar presos e precisou de uma ação imediata dos órgãos de saúde na última sexta-feira (2), por conta do surto de sarna. Segundo o Conselho da Comunidade, todos os 60 detentos que ocupavam o espaço para apenas oito estavam contaminados.

Depois da denúncia, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) disse em nota que todos os presos tinham sido removidos, mas na manhã desta segunda-feira os representantes do Conselho da Comunidade de Curitiba e também de São José dos Pinhais estiveram no local e confirmaram que a informação era equivocada. “O que ocorreu foi a remoção de apenas 12 presos, permanecendo no local mais de 40 infectados pela doença. Além disso, novos presos estão sendo colocados na mesma carceragem, sujeitos a imediata contaminação. Desta forma, o problema apenas se agrava a cada dia”, se manifestou em nota os dois conselhos.

A visita, feita na carceragem, foi acompanhada também por um juiz corregedor dos presídios. Ainda de acordo com a organização, que cuida da situação dos presos – para que cumpram suas penas da forma que está prevista em lei – e também se preocupa com o caos que pode tomar conta na delegacia, a intenção foi a de denunciar o que julgam como descaso.

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Situação complicada

Por conta do surto de sarna, a carceragem até chegou a ser lavada, mas há a necessidade urgente que os presos que estão no local sejam retirados. “Pois só assim, pelo menos, as equipes que sabem lidar com o assunto vão conseguir fazer a desinfecção. Lavar a cela foi uma solução paliativa, porque isso não dura menos de cinco horas em uma condição humana para se estar lá”, explicou um servidor que tem contato direto com os presos e com a delegacia, mas que preferiu não ser identificado por medo de represálias.

Além de retirar os mais de 40 presos que estão no local, haveria também a necessidade de se não colocar mais gente na carceragem. “Até porque ela continua interditada”, defendeu o servidor, fazendo alusão a proibição da Justiça, de 2015, quando o juiz Juan Daniel Pereira Sobreiro interditou as celas da delegacia da RMC também por conta de surto de sarna.

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Conforme o servidor entrevistado pela Tribuna do Paraná, a ação de 2015 continua valendo até hoje. “Já passa de R$ 800 mil de multa. A situação pode ser que agora em fevereiro tenha solução, já que tem uma audiência marcada para o dia 20. Talvez o Estado tenha alguma proposta para a delegacia, vamos aguardar”, finalizou.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) ainda não se manifestou sobre o assunto. Há planos para que novos presos sejam retirados da carceragem, mas isso ainda não foi concretizado e a logística ainda não foi articulada.

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