John Paul Licoln Magdalena, 34 anos, foi preso por investigadores do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), na manhã desta quinta-feira (2). O homem é suspeito de estuprar uma menina de 12 anos e filmar parte do ato, que foi feito dentro de um carro. A polícia usou a prisão para alertar os pais e pedir que monitorem seus filhos.
Os investigadores chegaram até John através das redes sociais. Ele tinha costume de conversar com adolescentes e não sabia, mas acabou falando com policiais. Através das informações passadas pelo homem, os investigadores começaram a monitorá-lo e conseguiram confirmar as suspeitas depois que a menina o reconheceu.
John foi preso em casa, no bairro Boa Vista. De acordo com a polícia, depois de algum tempo conversando com a garota, o encontro aconteceu em dezembro do ano passado, na região central, mas ele a levou até o Parque Barigüi. “Disse que dariam apenas uma volta, mas dentro do carro, a menina foi obrigada a tirar a roupa e foi violentada”, contou o delegado Tito Livio Barrichello.
Vídeo
Veja o momento da apresentação do suspeito de estuprar menina de 12 anos:
Ainda conforme as investigações, John fotografou a menina sem roupa e filmou parte do que fez com ela. “Antes de ir embora, ele ainda a ameaçou, dizendo que se ela denunciasse, ele postaria aquelas fotos nas redes sociais”.
A garota foi deixada no local onde os dois se encontraram. Depois de dois dias, a mãe da menina percebeu que a filha estava diferente. “Elas conversaram e a menina contou à mãe o que tinha acontecido. As duas procuraram a polícia e denunciaram o crime”.
Depois de pouco mais de um mês, os policiais conseguiram enganar John e tiveram certeza de que era ele o autor do crime. “Nós o monitoramos, fizemos alguns registros, mostramos para a garota e ela o reconheceu”, explicou o delegado.
Com o pedido de prisão concedido pela Justiça, John foi preso e foi aí que os policiais tiveram a pior surpresa: encontraram o vídeo do dia do crime. “Enquanto vistoriávamos o material apreendido com ele, encontramos o vídeo da nossa vítima. Imagens horríveis, mas que nos provaram que estávamos com o autor do estupro”.
Apreensões
O celular do homem foi apreendido e deve passar por perícia. Ainda durante o cumprimento de busca e apreensão na casa de John, o Nucria apreendeu anabolizantes, remédios e um vidrinho com comprimidos que podem ser drogas.
Conforme a polícia, todo o material apreendido também deve ser periciado pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Decrisa) para saber quais substâncias eram. Além do crime de estupro de vulnerável, John vai responder por crime contra a saúde pública.
Alerta aos pais
O delegado responsável pelo caso não descarta que John possa ter feito outras vítimas. “A princípio, comprovado, temos apenas um caso. Mas com a divulgação da imagem e dos detalhes sobre como ele agia, nós acreditamos que outras famílias consigam conversar com seus adolescentes e descubram outras ações”, explicou Tito Barrichello.
O alerta que o Nucria busca é para os pais, para que não impeçam seus filhos de manter contato e interagirem pelas redes sociais, mas para que controlem. “Não adianta proibir. Os pais precisam monitorar, saber com quem seus filhos falam, ter acesso às mesmas pessoas e conteúdos que seus filhos têm e, principalmente, agirem como amigos. Os adolescentes precisam confiar e saber que seus pais não querem o pior”.
A principal dica dada pelo delegado é que os pais tenham as senhas dos filhos e dediquem parte de seu tempo para conversar com os meninos e meninas. “É importante saber que as redes sociais fazem parte da nossa sociedade. Proibir não vai ajudar. Esteja junto com seu filho”.