A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) tem mais uma investigação que envolve o soldado Marcos Rodrigues Ferreira, 40 anos, morto com um tiro no ombro, a mando da esposa Karla Fernanda Menezes Ferreira, 33. O motivo agora é um boletim de ocorrência (BO), registrado nesta quarta-feira (2), por uma familiar do policial, que afirma que ele teria sido envenenado duas vezes pela esposa.
Segundo a denúncia, Marcos esteve na casa dessa parente, em São Paulo, e lá teria contado que suspeitava de que Karla estava colocando alguma coisa em sua bebida. “Passando alguns dias, Marcos foi levado ao Posto de Saúde 24h onde a esposa trabalhava e ela mesmo foi responsável pela medicação”, diz o registro do BO.
O policial foi para a casa e, depois de alguns dias, passou mal de novo. Conforme o que foi dito aos policiais, “Marcos foi levado de novo para o mesmo posto de saúde, mas devido a falta de equipamentos, foi transferido para o Hospital Cruz Vermelha, onde ficou internado por 45 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em coma induzido”.
Nas duas vezes em que o policial militar passou mal, quem o levou ao posto de saúde foi a esposa. Nestas duas situações, ela não teria cumprido os procedimentos de atendimento, segundo a denúncia.
Com base no que foi dito pelos familiares, a delegada Aline Manzatto, responsável pelas investigações do crime que envolve o soldado da PM, abriu um novo inquérito. Nos próximos dias, além de buscar pela equipe médica que atendeu Marcos no hospital informado, a delegada deve ouvir outras testemunhas para comprovar se ele foi envenenado ou não.
A polícia quer saber qual substância pode ter sido usada e vai investigar também se Karla não descumpriu algum tipo de acordo médico, por ser enfermeira e ter sido ela a responsável por medicar o próprio marido. Para a sequência destas investigações, a DHPP não descarta uma possível exumação do corpo.
Questionada no depoimento prestado à polícia na semana passada sobre o suposto envenenamento do marido, Karla respondeu que “não tem nada a ver”: “É bebida mesmo, tem os exames toxicológicos que ele fez”.
Na noite em que Marcos Rodrigues Ferreira foi morto, a primeira informação era de que se tratava de um latrocínio (roubo com morte), mas para a polícia, a morte do soldado foi planejada. Karla Fernanda Menezes Ferreira – que jura ter cometido o crime por sofrer violência doméstica – arquitetou tudo por uma semana, em mensagens trocadas pelo whatsapp. Ela foi presa junto com Fernando Lemes, de 18, soldado do Exército Brasileiro, que teria sido o responsável pelo tiro que atingiu o PM.