Um policial militar foi preso por sequestrar um empresário em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e mantê-lo em cativeiro no Jardim Botânico, em Curitiba. A situação, que começou na noite de terça-feira (29), terminou na madrugada desta quarta-feira (30). Ao todo, três pessoas foram presas.
O empresário, de 30 anos, que trabalha com uma assessoria de imprensa, contou que foi chamado para apresentar seu trabalho numa reunião com um novo possível cliente. “Quando cheguei, percebi que era uma cilada e que eu estava sendo sequestrado”, contou o homem.
Segundo o empresário, os sequestradores não o agrediram, mas o amordaçaram e o algemaram. “Disseram que era pra eu ficar tranquilo, mas que era realmente um sequestro e que queriam dinheiro e meu carro”.
Contato com a família
A ligação feita pelos bandidos deixou a esposa do empresário em pânico, mas ela soube agir de forma rápida. “Procurei direto o Tigre, que veio até minha casa em questão de minutos. Daí em diante, a polícia trabalhou da forma mais rápida possível”, contou a mulher.
Segundo o relato da esposa, o primeiro contato dos sequestradores foi por mensagem de texto. Depois, mais tarde, ela recebeu um telefonema e falou com o próprio marido, que passava as orientações dadas pelos bandidos.
Tigre na cola
A partir de um trabalho intenso de investigação, mas, ao mesmo tempo necessariamente rápido, os policiais civis chegaram até os sequestradores. “Eles estavam numa casa, no Jardim Botânico. E, pra gente, pouco importa se um dos integrantes da quadrilha era policial militar, mas sim o fato de que conseguimos libertar a vítima sã e salva”, explicou o delegado Luiz Fernando Artigas.
Além do PM, que atuava como taifeiro (cozinheiro) e estava na corporação desde 2013, os policiais também prenderam duas mulheres, entre elas uma jovem, que seria modelo e mora em São José dos Pinhais. Junto com eles, também foram apreendidos uma pistola ponto 40 e dois carros (um Clio e um Gol, sendo que este último teria sido o veículo usado no sequestro). Segundo o delegado, mais pessoas ainda podem ser presas por envolvimento no grupo.
Ação rápida
O trabalho dos policiais do Tigre foi rápido, mas, conforme o delegado, isso se deve às circunstâncias todas que permitiram deixar a polícia trabalhar. “Algo muito importante nestes casos: a esposa da vítima procurou a polícia imediatamente e isso nos ajudou muito. É com isso que nós contamos sempre. Faça contato, se possível venha até pessoalmente, porque somos preparados para este tipo de situação com refém”, alertou o delegado.
O empresário vítima da emboscada considera que teve uma nova chance de vida. “É só agradecer. Daqui pra frente, uma nova vida. Com certeza vou repensar algumas coisas e viver melhor”, finalizou.
PM condena o ato
Em nota, a Polícia Militar do Paraná informou que não compactua com desvios de conduta de seus integrantes e que vai adotar todas as providências necessárias. Segundo a PM, o militar preso fazia parte do setor de Ajudância Geral da corporação e deve ser punido nas esferas criminal e administrativa, com abertura dos devidos processos legais.
A PM destacou que atos dessa natureza maculam o bom nome da instituição. O desvio de conduta também atinge seus integrantes que, incansáveis, dedicam suas vidas, diuturnamente em prol da sociedade paranaense.