Um policial do 22º Batalhão da Polícia Militar, de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foi preso numa operação da Corregedoria-Geral da PM (Coger) com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na manhã desta terça-feira (6). Além dele, outros nove investigados foram detidos, todos suspeitos de participação numa quadrilha que pode estar envolvida no roubo ao carro-forte na Rodovia do Xisto, a BR-476, no começo de maio deste ano.
Além das prisões, foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão e outros dois de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento). Segundo as investigações, o grupo assaltava residências de luxo e roubava cargas. Segundo a Coger, as ações do grupo eram no Paraná e em Santa Catarina.
Conforme o procurador, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos no decorrer da manhã. A PM informou que as buscas foram feitas nas residências e estabelecimentos comerciais dos suspeitos em Curitiba e nas cidades de São José dos Pinhais, Piraquara, Colombo, na RMC, e também em Santa Catarina.
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Conforme a Coger, na casa do policial que já estava para ser detido pelo mandado de prisão, as equipes apreenderam um veículo clonado e um carregador de pistola. Além dele, um segundo policial foi preso em flagrante por ter, em casa, munições paraguaias. Os dois PMs foram encaminhados a um batalhão da corporação e vão ser alvos de um processo administrativo para verificar a permanência ou não na PM.
Durante as abordagens, a esposa de um policial militar foi encaminhada ao ser flagrada com notas de dinheiro falsas. Ela foi encaminhada à Superintendência da Polícia Federal de Curitiba.
Como agiam
As investigações, desencadeadas pela Corregedoria-Geral da PM, começaram há três meses depois da denúncia de uma das vítimas do grupo. “Pelo menos duas ações nós já temos confirmação, mas ainda existe uma série de outras ações que estão sendo investigadas e agora vamos buscar confirmar”, explicou o procurador de Justiça e coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti.
Entre os dois policiais presos, pelo menos um deles de fato participava das ações criminosas do grupo, conforme explicou o coordenador do Gaeco. “Ainda não sabemos qual era a função, digamos assim, que ele tinha dentro da quadrilha. Mas era ativo”.
Em Curitiba e Santa Catarina, o grupo assaltava casas, empresas e também roubava cargas de alto valor. “Estes crimes todos levavam, ainda, ao cometimento de outros crimes como a pratica de receptação de materiais”, disse o coordenador do Gaeco. Além disso, é investigado ainda o envolvimento da organização na explosão ao carro-forte que foi planejada por bandidos fortemente armados. Além do veículo clonado com um dos PMs, outro carro foi encontrado na casa de um dos outros envolvidos com o grupo.
Dimitrius
A operação foi intitulada como Dimitrius, nome inspirado no modus operandi do Navio Dimitrius que atuava no transporte de materiais ilícitos entre a Turquia e Itália. O Navio Dimitrius tinha o envolvimento de autoridades portuárias nas ações, o que a PM apontou como semelhante ao suposto envolvimento de seus integrantes no esquema criminoso.