Sete empresários e um ex-funcionário da Copel são alvo de uma operação deflagrada nesta segunda-feira (5) por policiais do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), Laranjeiras do Sul e Cascavel. Eles são suspeitos de envolvimento numa fraude de R$ 7 milhões. Três foram presos ainda nesta manhã.
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Batizada de “Curto Circuito”, a operação cumpriu dez mandados judiciais – três de prisão, dois de busca e apreensão e outros cinco de condução coercitiva, quando o investigado é levado para depor na delegacia. Em Cascavel foram presos Rodrigo Sonda, administrador das empresas Acezza e Dipel, e o ex-funcionário da Copel, Wellington Cesar Nunes. Já Gilson Roberto Sandri, gestor da Hagil e da empresa que leva o seu nome, foi pego em Pinhais. Os detidos vão responder pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva.
Ao todo, 28 policiais do Nurce, do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) e das subdivisões das duas cidades do interior participam da ação.
A investigação, que levou um ano, começou após uma auditoria feita pela própria Copel, que identificou diversas irregularidades em 12 contratos da estatal com sete empresas.
Segundo a Polícia Civil, a fraude investigada pelo Nurce teria participação direta do ex-funcionário da Copel, que era o fiscal dos contratos das empresas com a estatal. De acordo com a investigação, o funcionário aumentava propositadamente os valores a serem pagos as empresas, por intermédio da falsa prestação de informações, fazendo com que elas recebessem um valor maior do que o realmente devido. O prejuízo contabilizado é de R$ 7 milhões.
O Nurce, com apoio do Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Paraná, constatou movimentação de recursos do ex-funcionário da Copel totalmente incompatível com seus vencimentos declarados. Relatório feito pelo Laboratório revela que, entre 2012 e 2016, o ex-funcionário da Copel recebeu na conta bancária vultosas transferências de valores repassadas pelas empresas envolvidas na fraude. Nos anos de 2013 e 2014, os gastos de Nunes foram quatro vezes maiores que os rendimentos dele, segundo o relatório. Em 2014, 63% dos recursos recebidos pelo ex-funcionário foram transferidos pelas empresas investigadas. As investigações do Nurce prosseguem para apurar a participação de outras pessoas na fraude.
Demitido
Em nota, a Copel informou que demitiu o funcionário. Além disso, a companhia disse que realizou a denúncia e que cobra as empresas envolvidas na justiça.