CRIME

Polícia apresenta suspeitos e dá detalhes da morte de soldado da Polícia Militar

A morte do policial militar Marcos Rodrigues Ferreira, 40 anos, foi planejada em apenas uma semana por mensagens trocadas no Whatsapp, segundo informou a polícia. Karla Fernanda Menezes Ferreira, 33 anos, esposa da vítima, foi a mentora do crime, mas jura que só fez isso porque era sofria violência doméstica. Já o autor do tiro que acabou com a vida do soldado é outro soldado, de apenas 18 anos: Fernando Lemes integra o quadro de pessoal do Exército Brasileiro e era “um dos” amantes da mulher.

Inicialmente, o caso foi tratado pela Polícia Civil como um possível latrocínio, mas após algumas diligências, outras linhas de investigação foram levantadas. “Nós nos deparamos com várias contradições no relato da esposa da vítima e as atitudes frias dela em relação à perda do marido começaram a chamar a atenção”, explica a delegada Aline Manzato, responsável pelas investigações na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Assista a confissão da mulher que mandou matar o marido PM em Curitiba

“Denúncias anônimas também surgiram indicando o envolvimento de Karla no homicídio e então ela foi intimada para comparecer à delegacia e contar a sua versão dos fatos. Ao ser questionada sobre a eventual participação no assassinato, ela confessou com riqueza de detalhes”.

No depoimento, prestado na última sexta-feira (28), Karla disse que aproveitou enquanto o marido estava no banho para ligar para o amante. Naquele momento ela já havia retirado a arma de dentro do imóvel e colocado no carro do casal, um Prisma prata. A mulher também facilitou a entrada de Lemes na residência e entregou, nas mãos dele, a pistola ponto 40 (que não pertencia à PM, e sim ao militar). Na sequência ela seguiu para o quarto, já que não tinha coragem de ver.

A morte

Marcos Rodrigues Ferreira foi morto em casa, no bairro Campo de Santana, em Curitiba, na noite de 26 de julho. Ele foi atingido por um tiro assim que saiu do banho. A bala acertou o ombro da vítima, mas também atravessou o pulmão, o que provocou o óbito. Em seguida, o autor do disparou teria levado R$ 400 em dinheiro e o carro do casal para simular um latrocínio.

De acordo com as investigações, Karla só começou a gritar por socorro depois de se certificar que o amante não estava mais na casa. “Ela diz que o marido batia nela, mas não tem nenhum Boletim de Ocorrência para apresentar como prova e o exame de Corpo de Delito feito no IML não acusou qualquer lesão”, pontua a delegada.

Iludido

Segundo a polícia, Karla tinha vários relacionamentos extraconjugais. “Em alguns casos, ela nem sabia o nome da pessoa”, conta a delegada. Com Lemes, no entanto, o nvolvimento amoroso já durava oito meses, apesar da resistência da família do rapaz.

“Ela tinha prometido que os dois ficariam juntos”. Questionado sobre o motivo de ter atendido ao pedido da mulher, o jovem repete insistentemente: “Eu me apaixonei pela pessoa errada, mas a polícia vai descobrir mais coisas”. Lemes garante que, agora, não sente mais nada pela amante.

Fernando Lemes foi encontrado na casa da avó, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele ainda estava com a arma do crime e foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.

Os dois estão presos temporariamente por 30 dias, mas esse prazo pode ser estendido. Eles são suspeitos de homicídio qualificado. Três celulares, das vítimas e dos envolvidos, assim como a pistola da vítima, que ainda vai ser periciada, foram apreendidos pela polícia.

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