Mais de 30 testemunhas foram ouvidas pelos investigadores que apuram as suspeitas de agressão numa escola do bairro Água Verde, em Curitiba. A diretora da escola, que também é a dona, foi ouvida nesta quinta-feira (4) e não negou o que aparece nas imagens do circuito interno, mas disse à polícia que não entende o que aconteceu como agressão e sim como uma forma que ela aprendeu a ensinar.
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Segundo a polícia, a escola já foi denunciada pelo mesmo crime em 2011, caso que foi julgado em 2014. Apesar das denúncias terem sido investigadas e o trabalho da polícia entregue à Justiça, o caso foi arquivado por falta de provas. “E é justamente isso que estamos buscando agora, coletar a maior quantidade de provas possíveis para termos ainda mais elementos que comprovem o que estamos apurando”, explicou a delegada Ellen Victer.
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A escola existe há mais de 20 anos e a dona era também a responsável pela direção. A Polícia Civil disse que entre as testemunhas ouvidas estão funcionários, crianças e ex-alunos, que hoje em dia são adultos. “Muita gente foi ouvida e ainda temos muita gente para ouvirmos também. Funcionários nos disseram que ela abusava sim. Como os depoimentos seguem em segredo, não podemos falar muito”.
Ao se apresentar, a diretora da escola respondeu a todos os questionamentos dos investidores. Junto com o advogado, a mulher, que tem mais de 60 anos, entregou também o equipamento que tinha todos os arquivos das imagens de monitoramento. “Ela se mostrou tranquila e negou que agredia, porque para ela o que ela fazia era comum, era o certo. Mas existe lei e é isso que buscamos apurar: se ela infringiu lei, ela vai responder por isso”, detalhou o delegado José Barreto, que também está à frente do trabalho no Núcleo de Proteção à Criança e o Adolescente (Nucria).
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Em primeiro momento, a dona da escola não foi presa, mas pode acabar detida. Ela é investigada por tortura-castigo, fraude processual (por suspeita de ter manipulado os registros das câmeras) e coação no curso do processo. “Vamos apurar o equipamento apreendido para ver se as imagens que foram entregues não foram mexidas”, explicou José Barreto.
O que diz a escola?
Em nota, a escola se posicionou por meio do advogado Helio da Silva Chin Lemos, cujo escritório foi contratado ainda no fim de semana, quando o vídeo com a suposta agressão começou a circular.
No posicionamento, a escola afirmou que “tem um histórico de mais de duas décadas comprometido com a educação e a formação de centenas de indivíduos”. A nota diz ainda que “a denúncia não define a conduta e a atuação da escola, a qualidade de seu histórico, nem a credibilidade de toda a equipe de profissionais que nela trabalham”. Assim como afirmado anteriormente, a escola informou que “os responsáveis estão à disposição das autoridades públicas para prestar todos os esclarecimentos necessários e se dedicam para, acima de tudo, preservar os alunos e conceder segurança no relacionamento com pais e prestadores de serviços envolvidos com a instituição”, finaliza a nota.
As investigações da denúncia seguem em segredo de justiça no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria), por envolverem crianças.
*Até que as investigações envolvendo esta denúncia sejam concluídas, não divulgaremos o nome da escola. Comentários com este teor serão moderados
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