O pai de Jaqueline Carvalho Gonçalves dos Santos, 18 anos, foi preso pela Polícia Civil (PCPR) na noite de terça-feira (16). Ele tem 45 anos e é o principal suspeito de morte da jovem, por asfixia, em dezembro do ano passado, no bairro Tatuquara, em Curitiba. A apresentação do suspeito foi realizada pela polícia nesta quarta-feira (17). A prisão dele foi feita na residência da família, local em que aconteceu o crime.
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Segundo a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jaqueline foi morta com um plástico filme enrolado em sua cabeça. A jovem tinha ainda uma meia presa na boca por uma fita de tecido. A jovem foi encontrada morta em seu quarto na manhã do dia 13 de dezembro de 2018. Não havia vestígio algum de arrombamento nas janelas e portas da residência.
Em entrevista coletiva, o delegado adjunto Victor Menezes, da DHPP, disse que há elementos que colocam o pai no local do crime. “Têm relatos de que ele estava no local do crime e enrolou o plástico na cabeça da vítima. Seria impossível ter ocorrido uma invasão, por isso foi descartada a participação de terceiros. O suicídio também foi descartado, até mesmo por causa das características dos materiais usados”, afirmou o delegado.
Outros elementos também apontam conflitos familiares. “Havia conflitos familiares fortes no seio da família. Não podemos afirmar qual a relação desses conflitos com o crime e se eles têm relação com eles, apenas que isso também está sendo investigado. Podemos dizer, também, que esses conflitos eram importantes”, apontou Menezes.
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O crime
Na época, o próprio pai da jovem havia contado que tinha encontrado o corpo da jovem. Ela morava com os pais e o irmão mais novo no bairro Tatuquara. Quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou no local, Jaqueline já não tinha mais nenhum sinal vital. O pai da jovem mostrou aos socorristas uma espécie de “capacete plástico” e uma meia, afirmando ter tirado rapidamente da cabeça de sua filha para tentar salvá-la, porém acreditava que ela mesma havia se asfixiado.
A hipótese de suicídio foi descartada logo após a PCPR juntar alguns dos elementos do fato, como laudo pericial, investigação da cena do crime e outras diligências. As evidências constataram que, além de não haver probabilidade que alguém consiga enrolar um plástico filme em sua própria cabeça daquela forma, os materiais utilizados (plástico e tesoura) estavam guardados em seus respectivos armários na cozinha, no andar inferior da casa. O que não poderia ter sido feito pela vítima. A perícia também verificou que o “capacete plástico” formado tinha sete voltas do material, algo improvável de ser feito.
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Depoimentos
O pai de Jaqueline negou qualquer envolvimento com o fato. Seus depoimentos foram colhidos na época do crime e, também, em fevereiro deste ano. Entretanto, em ambas as vezes em que foi ouvido na delegacia contou que acordou de madrugada parar rezar naquele dia, por volta das 3h, e passou pelo quarto da filha, que segundo ele, estava dormindo. O horário é o mesmo apontado pela perícia como sendo o da morte da garota.
A mãe da vítima, ouvida na noite de terça-feira, negou qualquer envolvimento com o crime. A PCPR continua nas investigações para esclarecer o motivo do crime e averiguar se pode haver a participação de outra pessoa. O pai será indiciado por homicídio qualificado, com conduta de trazer sofrimento para a vítima. A pena pode atingir entre 12 e 30 anos. Ele não tem passagem pela polícia.
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