Insegurança

Ônibus da Grande Curitiba são alvo de pelo menos seis ataques violentos por dia

Motoristas, cobradores e passageiros são reféns da violência e pedem mais segurança. Foto: Daniel Caron

Em média, seis crimes são registrados por dia nos ônibus do transporte coletivo da Grande Curitiba. O levantamento é da Guarda Municipal de Curitiba, que do início do ano até agora atendeu 1.579 ocorrências de diversas naturezas. Apesar do número ser considerado alto, a Urbs alega que o índice de roubos, em específico, caiu nos últimos meses em relação aos anos anteriores. Em 2016, oito roubos eram registrados por dia e, atualmente, cinco roubos estariam sendo registrados diariamente.

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Por conta desse alto número de assaltos, arrastões e abusos registrados dentro dos coletivos, o Sindicato de Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) vem pedindo uma série de modificações desde o inicio desses mês, quando a violência ficou ainda maior, segundo o sindicato.

Um desses pedidos é um apoio maior da própria Guarda Municipal, que atende as ocorrências. A classe pede mais viaturas dedicadas ao patrulhamento do transporte coletivo. Por meio de nota, a GM informou que vem atuando para tentar minimizar os problemas.

Alegou que criou, em fevereiro, a “Patrulha do Transporte Coletivo”, que é responsável pela ronda dentro dos ônibus, usando viaturas específicas. De acordo com o órgão, ainda há apoio de outras unidades, como o grupo de Operações Especiais da GM.

Câmeras

Outra reivindicação da classe trabalhadora é a instalação de câmeras de segurança dentro dos ônibus, com monitoramento 24 horas. Para os ônibus da região metropolitana já está sendo estudada uma medida. Segundo a Coordenação da Região Metropolitana (COMEC), esse pedido vem sendo analisado e os testes dos equipamentos de monitoramento começaram na semana passada.

No total, oito empresas estão participando dos testes em oito ônibus de diferentes permissionários do transporte coletivo metropolitano. O resultado deve ser apresentado no final de outubro e depois analisado pelo Comitê Permanente de Segurança no Transporte Coletivo Metropolitano.

Já em Curitiba, a situação é diferente. Não há nada definido quanto a instalação de câmaras dentro dos coletivos. A Urbs alegou apenas que há um sistema de monitoramento feito com 500 câmeras em terminais e estações-tubo, conectadas 24 horas ao Centro de Controle e Operação (CCO).

Além disso, segundo a nota da empresa, os ônibus da frota das linhas urbanas contam com um botão de pânico que pode ser acionado pelo motorista ou cobrador em caso de emergência. Quando ele é acionado o sistema alerta o Centro de Controle Operacional (CCO) e também as empresas de ônibus.

Delegacia

Outro pedido dos motoristas e cobradores é a criação da “Delegacia Especializada em Crimes no Transporte Coletivo”. A Polícia Civil informou que não há previsão para a criação de uma nova delegacia e ainda ressaltou que existem várias unidades especializadas competentes para atender qualquer crime envolvendo transporte coletivo, entre elas, delegacia da Mulher, de Furtos e Roubos, Estelionato e Homicídios.

Luto

No último sábado a jovem Larissa Morgana Ferreira, 24 anos, foi morta durante um confronto entre bandidos e um policial durante assalto a um ônibus em Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Como protesto, ao longo de toda semana, segundo o Sindimoc, motoristas e cobradores devem vestir camiseta preta todos os dias. A classe pretende simbolizar o luto diante de inúmeras situações de violência e mortes que vem acontecendo no transporte coletivo.

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