Josilaine Ribeiro Edemundo, 23 anos, suspeita de matar Kely Regina Correia, 19, na noite de sábado (8), se apresentou aos policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na manhã desta quarta-feira (12). Ela alega que matou a jovem depois de uma confusão provocada por mensagens de texto enviadas pela própria vítima.
A conversa entre as duas começou quando Josilaine flagrou uma ligação de Kely para o marido. “Eu não sabia quem ela era, nem nunca tinha a visto. Mas aí depois que descobri, ela fez ameaças a mim e ao meu filho, demonstrando que sabia detalhes da minha vida”, contou Josilaine.
Dinâmica do crime
Josilaine salvou o número da moça como “vagabunda” em seu celular. As duas trocaram algumas mensagens e Kely teria dito que mataria não só Josilaine, mas também o menino. O contato entre elas começou por volta das 15h de sábado e terminou perto das 16h.
“Pouco tempo depois, já por volta das 18h30, Josilaine contou que estava numa praça do bairro Pinheirinho, com algumas pessoas, quando Kely chegou com um pitbull”, disse a delegada Aline Manzatto.
Segundo o relato da jovem apontada como autora do crime, Kely teria feito o cachorro atacar quem estava no local e todo mundo saiu correndo. “Josilaine viu que Kely iria pegar alguma coisa junto ao corpo, como se fosse uma arma, e as duas entraram em luta corporal”, detalhou a delegada.
Conforme Josilaine, a jovem estava com uma faca. “Ela pegou essa faca da jovem e foi aí que acabou estaqueando Kely, que morreu na hora”.
Investigação delicada
A DHPP encontrou imagens de câmeras de segurança, que provam pelo menos parte do que foi dito por Josilaine. Além das imagens, o advogado da suspeita apresentou aos policiais as mensagens enviadas por Kely, entre elas ameaças e até xingamentos racistas.
Na delegacia, nesta quarta-feira, Josilaine chegou para ser ouvida acompanhada do filho pequeno e não quis sequer esconder o rosto da criança. “O crime é investigado, a princípio, como qualificado, mas temos pelo menos duas situações que ainda vão ser avaliadas”, explicou a delegada responsável.
Segundo Aline Manzatto, caso a DHPP confirme que Josilaine agiu por forte emoção provocada e com medo pelas ameaças recebidas, a pena pode ser reduzida. “Mas ainda podemos confirmar outra situação, a de uma legítima defesa, o que mudaria totalmente o rumo do trabalho investigativo”.
Falta a peça-chave
No local do crime, testemunhas teriam dito aos investigadores que Josilaine agiu acompanhada de duas mulheres. À Tribuna do Paraná, a moça confirmou a presença da irmã dela e de uma amiga, mas disse que nenhuma delas a ajudou a matar Kely. “O que nós queremos saber, agora, é justamente isso. Caso alguma das testemunhas nos diga que as duas mulheres ajudaram ou, ao menos, seguraram a vítima, teremos a confirmação de que o crime não foi em legítima defesa”, finalizou a delegada.
A DHPP ainda deve ouvir estas testemunhas e também as duas mulheres que estavam junto com Josilaine no local do crime. O inquérito ainda tem prazo de um mês para ser concluído e, pelo menos por enquanto, a suspeita responde em liberdade.