Uma mãe de 20 anos foi presa no município de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, por agredir física e psicologicamente o filho de dois anos e meio. Ela registrou tudo em vídeo, que mandou aos familiares do ex-marido, pai da criança, reclamando que não aguentava mais o menino.

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No vídeo, a mulher está brava porque a criança fez cocô na calça e ela teria que limpar toda a sujeira da roupa e do chão, algo que ela afirma ser recorrente. Com raiva do menino, ela o segura pelo cabelo, mostra bem a cara dele no vídeo e diz que além de ser a cara do pai, é igual a ele: “relaxado, porco e nojento“. Fala isso tudo chacoalhando a cabeça do menino com força, o que faz a criança chorar desesperada. As cenas são fortes e chocantes.

Descontrole

Depois disto, a mulher de 20 anos também mandou diversos áudios aos familiares do ex-marido, chorando, dizendo que agredia o menino todos os dias por causa da sujeira, da birra e do choro.

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Descontrolada em alguns momentos, ela reclamou que não recebia ajuda do pai da criança ou dos familiares dele, incluindo financeira, e por isso não aguentava mais cuidar e que qualquer hora mataria a criança. Também reclamou de uma doença que ela tinha, passada pelo próprio pai. Não bastasse as dores causadas pela doença, ela reclama que tinha que trabalhar, cuidar da casa e do filho sozinha, sem ajuda de ninguém.

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Socorro!

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Conforme a conselheira tutelar de Fazenda Rio Grande, Juliana Theodoro, a avó paterna, ao ver o vídeo e também ouvir os áudios, ficou desesperada e procurou o Conselho Tutelar de Fazenda Rio Grande, pois queria salvar o neto. O pai da criança teria assistido também ao vídeo, mas não reagiu como a sua mãe.

Como a agressora havia se mudado há poucos dias para Campo Largo, por questões de jurisdição, o Conselho Tutelar de Fazenda não teria como agir em outro município. Então acionou o Conselho de Campo Largo que, junto com a Polícia Civil, prendeu a mulher de 20 anos no município. A prisão foi em flagrante, na tarde deste sábado (01), pois as imagens do vídeo tinham acontecido há poucas horas. No entanto, ela foi liberada em seguida. Continuará respondendo pelo crime de maus tratos contra a criança, porém, em liberdade.

A conselheira informou que já havia um histórico de negligência da agressora contra o filho, no Conselho Tutelar de Fazenda Rio Grande, desde 2017, ano que o menino nasceu. Porém, uma das avós sempre intervinha e a situação normalizava.

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Por determinação judicial, o menino ficará por enquanto com a avó paterna, até que o juízo local analise a ação e tome as decisões definitivas. A mãe, nitidamente descontrolada com os problemas pessoais, deve receber atendimento psicológico pela Rede de Proteção de Campo Largo.

Corriqueiro, infelizmente

Juliana contou que este caso, não sabe por qual motivo, caiu na mídia. No entanto, esse tipo de agressão contra criança é muito comum em Fazenda Rio Grande, onde ela atua. A conselheira diz que, nos quatro últimos plantões que fez, essa semana que passou, atendeu quatro casos de agressão infantil. Sem contar o que as outras conselheiras atenderam em seus plantões.

Além dos casos de agressão física (que vão desde uma palmada na bunda até graves socos e agressões com objetos), existe a psicológica também, de pais e mães xingando os filhos, os coagindo ou chantageando emocionalmente (“se você não fizer isso ou aquilo eu me mato”, por exemplo), ou os fazendo sentirem-se incapazes (“você é um burro”, “você é um retardado, não consegue fazer nada sozinho”, por exemplo).

Menores em tamanho e idade, a maioria destas crianças e adolescentes não podem se defender, ou sequer entender o que está acontecendo, visto que ao invés de receberem explicação e carinho, são “educados” com grosseria, gritos, xingamentos e violência física.

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Há também o que a lei chama de alienação parental. Conforme Juliana, isso ocorre muito em casos de pais separados, onde um fala mal do ex-companheiro para a criança. São comuns frases como “seu pai é um idiota, não quer saber de você”, “sua mãe é uma burra, aproveitadora”. Fazer esse tipo de propaganda negativa do antigo companheiro à criança também é crime.

Toda e qualquer violência deve ser denunciada ao Conselho Tutelar do município onde as agressões estão acontecendo.

 

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