A investigadora da Polícia Civil Kátia das Graças Belo, acusada de ter dado o tiro que matou a copeira Rosária Miranda da Silva, em dezembro do ano passado, no Centro Cívico, em Curitiba, pode ir à júri popular. A solicitação foi feita à Justiça nesta terça-feira (16) pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), que pretende submeter a policial a julgamento por homicídio triplamente qualificado.
De acordo com o advogado Ygor Salmen, assistente de acusação do caso, o MP-PR entendeu que há indícios suficientes para comprovar a autoria do crime.
O pedido do órgão faz parte das alegações finais da promotoria. Agora, cabe à Justiça analisar todos os documentos do processo, incluindo os produzidos pela defesa da investigadora, e decidir se o caso vai ou não para o Tribunal do Júri. Conforme Salmen, a decisão deve sair em até 40 dias. “Na qualidade de assistente de acusação, nós avaliamos o pedido como positivo. Nós conversamos com a a família e eles também estão ansiosos, aguardando o parecer do magistrado”, declarou o advogado.
O advogado da investigadora, Peter Amaro de Souza, disse acreditar que a cliente não será julgada em júri popular. Ele afirmou que vai pedir a absolvição de Kátia ou uma reclassificação do caso em suas alegações finais. A ideia é tentar enquadrar a situação em homicídio culposo – quando não há intenção de matar -, e não doloso. “Só depois da minha alegação é que o juiz vai decidir. Todo mundo quer que a Kátia responda na medida de sua culpabilidade. Nem mais, nem menos. Mas acredito que ela não vai a júri”, avaliou o advogado.
Relembre o caso
O crime ocorreu no bairro Centro Cívico, em 23 de dezembro do ano passado. A copeira Rosária Miranda da Silva estava em um restaurante, em uma festa de confraternização de fim de ano de uma empresa. A policial civil Kátia Belo, que é vizinha do restaurante, ficou irritada com o barulho e disparou um tiro em direção ao local da festa.
A copeira foi atingida e levada ao hospital. Rosária seguiu internada até dia 1.º de janeiro deste ano, quando morreu. Kátia se apresentou voluntariamente à DHPP três dias depois do crime. Ela confessou ter disparado em direção à festa, mas disse que a bala ricocheteou e atingiu a copeira.
Em reconstituição da morte da copeira, a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontou que projétil que vitimou a copeira partiu direto do apartamento da investigadora.