Suspeito de agredir a mãe de seu filho, o médico Raphael Suss Marques, também apontado pela polícia como o autor da morte da fisiculturista Renata Muggiati, voltou a ser notícia. O rapaz foi ouvido numa audiência de instrução, no último dia 22 de março, que acabou com o Ministério Público do Paraná (MP-PR) pedindo sua condenação pela agressão à mãe de seu filho.

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Preso desde dezembro de 2016, quando houve a denúncia da jovem com quem Raphael teve um menino, o médico negou que tenha agredido a mulher. No depoimento, ele disse que nunca sequer teve alguma “relação doméstica” e que os dois se relacionaram uma única vez.

Segundo a jovem, as agressões que acabaram em ameaças aconteceram num dia em que Raphael invadiu a casa dela. “Ele chegou muito nervoso, estressado, empurrando a porta, falando que estava vindo ver o filho dele. De forma alguma eu o impedi de ver a criança, eu não falava mais com ele, mas minha mãe mantinha contato com ele”, disse, em depoimento.

Conforme a moça, as agressões aconteceram enquanto Raphael estava com o filho do casal no colo. “Ele gritava e me xingava, meu filho chorando. Fui para cima dele pra pegar meu filho e ele me deu um tapa no peito e me empurrou com força. Caí e bati meu braço na porta da sala”.

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Quando a jovem levantou, Raphael teria a ameaçado. “Disse que ia me arrebentar e me quebrar no meio”. De acordo com a moça, as cenas foram presenciadas pela mãe dela. “Minha mãe chegou no meio da discussão porque estava no quarto”

“Não a agredi”

O médico alegou que a jovem simulou as agressões. “Vi vários fatos que não condizem com a verdade. A começar pelo horário.  Não cheguei 21h, cheguei 20h. Não houve agressão da minha parte”, reforçou Raphael. Ele sustentou que não teve um namoro com a moça, “foi um ato de conjunção carnal”.

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Ainda conforme Raphael, ele nunca afirmou que a quebraria ao meio. “Discutimos verbalmente, ela veio em minha direção, com minha mão esquerda eu contive o movimento dela, não foi um empurrão. Ela sentou no meio de um sofá de três lugares. Ela diz que bateu o braço numa porta, mas não tinha nenhuma porta perto. Teria mais um assento, alguns metros e a porta. Ela simulou a lesão”.

No depoimento, a mulher confirmou que os dois discutiram e que ambos se xingaram. “Ele foi grosseiro, me xingou e eu respondi. Ambos nos ofendemos verbalmente”.

Defesa quer punição

O advogado Leonardo Buchmann, que representa a mãe do filho de Raphael, explicou que o trâmite judicial está quase em fase final. “Houve uma audiência de instrução e julgamento, a menina foi ouvida e confirmou que foi agredida por ele e ameaçada de morte. A mãe dela presenciou a agressão e a ameaça, portanto é testemunha ocular da situação”.

Conforme o advogado, a defesa de Raphael não apresentou, nessa audiência de instrução, nenhum elemento de prova que justificasse a agressão ou a ameaça. “Em razão disso, o MP pediu a condenação dele. Agora o processo segue, aguardamos a defesa do Raphael apresentar as alegações finais, que é a última peça processual, e a juíza vai decidir o que acontece”, explicou o defensor, que disse ter certeza de que o médico vai ser condenado.

“Ele tem que ser condenado e cumprir a pena imposta pela Justiça. Agora, quanto à pena, de que forma ela vai ser imposta, isso fica a cargo da Justiça. O que nós sabemos é que a versão dele é mentirosa, mente claramente na intenção de se eximir da culpa”.

Aguarda preso

Desde o dia 26 de dezembro de 2016, quando foi preso em casa, sob a acusação das agressões, Raphael continua detido. O médico foi levado ao Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Segundo a polícia, a prisão é em caráter preventivo, ou seja, sem data prevista para que o médico seja liberado.

A jovem conseguiu uma medida protetiva, que foi expedida pelo mesmo juiz que analisou o pedido de prisão preventiva de Raphael. Além deste trâmite judicial, o médico ainda responde pelos outros procedimentos com relação à morte de Renata Muggiati, que seguem sob segredo de Justiça.

O advogado de Raphael, Edson Abdala, informou à Tribuna do Paraná que aguarda ser intimado nessa última fase do processo para depois se manifestar. Ele alega que o médico é inocente. Sobre o pedido de liberdade do acusado, o defensor explicou que aguarda a sentença judicial para tomar qualquer decisão a respeito.