Não resistiu!

Morre mulher atingida por disparo feito por investigadora irritada com barulho

A ação foi registrada por uma câmera de segurança. Foto: Reprodução.

Morreu, na tarde deste domingo (1º), a mulher que havia sido atingida por um tiro disparado por uma policial civil que se irritou com o barulho em uma festa no bairro Centro Cívico, na antevéspera de Natal, 23 de dezembro. Rosária Miranda da Silva, de 45 anos, ficou nove dias internada no Hospital Cajuru, para onde foi levada logo após o disparo.

A ação da policial foi registrada por uma câmera de segurança do local onde acontecia uma confraternização. Rosália conversava com outras pessoas, quando foi atingida pelo tiro na cabeça. A mulher caiu no chão, foi socorrida, mas pela gravidade do ferimento, não resistiu.

A investigadora se irritou porque a, segundo ela, a festa passou do horário. Revoltada, a policial pegou a arma da instituição e resolveu atirar. “Ela disse que atirou ao chão, a bala bateu e atingiu a mulher”, disse o delegado Fábio Amaro, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Na segunda-feira (26), depois do Natal, a policial civil se apresentou à DHPP. Aos policiais, ela confirmou a versão de que teria se irritado com o barulho da festa e, por morar ao lado do local, perdeu o controle. “Ela contou ainda que tinha jogado até algumas bombinhas de fogos de artifício para fazer com que eles parassem, mas eles não pararam e ela se irritou”, explicou.

Conforme o delegado, a policial foi indiciada e a arma apreendida. Acontece que, por ter passado o flagrante, a investigadora não ficou presa e a Justiça não concedeu o pedido de prisão temporária feito pela DHPP. Segundo a decisão, a juíza Ana Carolina Bartolamei Ramos, considerou que a policial não apresentava risco concreto ao andamento das investigações.

Nas redes sociais, muita gente se manifestou contra a decisão da Justiça de manter a policial em liberdade. “Uma pessoa ser policial não a faz ser especialmente moral ou boa”, disse um dos usuários. “Viver em sociedade é um exercício de paciência. Na hora (da raiva) serve para aliviar o impulso e não deixar barato, mas, estando certo ou não, é preciso se controlar para não nos arrependermos eternamente”, comentou outro.

Além das investigações que correm pela DHPP, foi encaminhado o procedimento para que seja investigado o crime pela Corregedoria da Polícia Civil. Até o final das investigações, a investigadora deve permanecer afastada das funções de policial civil, desempenhando somente atividades administrativas, sem arma.

 

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