A mudança da companhia da Polícia Militar (PM) da Praça Bento Munhoz da Rocha Neto, na Avenida Presidente Kennedy, entre os bairros Água Verde e Guaíra, em Curitiba, para os arredores de dois shoppings no bairro Portão, na Praça Tito Schier – exatamente onde funciona uma unidade da Guarda Municipal (GM) – não ocorreu dentro dos termos anunciados. A promessa era de que a Guarda iria para o local onde ficava a PM. Como isso não ocorreu, as duas corporações seguem trabalhando lado a lado entre os dois shoppings, enquanto moradores e comerciantes dos entornos já começam a denunciar sensação de insegurança na região agora parcialmente desassistida.
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A transferência, costurada por meio de uma parceria público-privada (PPP) entre a PM e o grupo Tacla, gestor dos dois shoppings, foi anunciada há um ano. À empresa coube construir a nova sede da polícia no bairro Portão, que começou a operar em abril. Com a unidade pronta, a PM se mudou para o novo módulo, mas a GM ainda não ocupou o espaço deixado vago, segundo o órgão, por trâmites burocráticos que envolvem a polícia.
Mas enquanto a praça continua sem vigilância fixa, os problemas nas proximidades da praça no Água Verde começam a se acumular. Uma loja de veículos que fica no outro lado da rua do antigo módulo da PM, por exemplo, foi alvo de assalto há menos de duas semanas. “Eles entraram aqui durante a noite e roubaram um carregador de bateria. Se o módulo estivesse funcionando, isto não aconteceria”, declarou o proprietário do estabelecimento, Wilson Luiz Oliari.
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Segurança parcial
Apesar da saída da companhia, o módulo não está totalmente abandonado. A PM ainda realiza monitoramento parcial na praça, mas não é mais com a mesma frequência, já que antes as equipes se revezavam 24 horas por dia no local.
E quem está sempre na região já sente a ausência de um trabalho mais reforçado. “Eu não achava muito seguro com a polícia aqui, agora é pior ainda. Na semana passada já vi um assalto ali na esquina”, contou a dona de casa Sandra Maria da Silva.
A cuidadora de idosos, Marli Holik, que mora perto do antigo módulo, também sente falta do cumprimento da promessa. “Eles tinham prometido que a Guarda Municipal viria para cá, só que até agora não aconteceu nada”, reclama.
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Em nota, a Guarda Municipal disse que a finalização da troca de local do módulo ainda não ocorreu por causa de trâmites burocráticos, que envolve a Polícia Militar, e que não há um prazo estabelecido para que a Avenida Presidente Kennedy ganhe reforço do órgão.
Já a PM comunicou, por meio de nota, que o “procedimento de transferência do uso do imóvel para a Prefeitura está em andamento” e que isso depende de um impasse jurídico. “A PM, por meio da Secretaria de Segurança Pública, fez um termo de exclusão da cláusula do contrato que determinava a concessão do uso do imóvel da Praça Bento Munhoz da Rocha Neto à Polícia Militar. O documento foi encaminhado à Secretaria Municipal de Defesa Social para análise jurídica, para que seja feita a transmissão. Enquanto não houver a exclusão dessa cláusula, o imóvel não pode ser entregue à Prefeitura”, diz o texto.
A corporação acrescentou ainda que, enquanto isso, continua com o policiamento ostensivo e preventivo no bairro Guaíra e nas imediações da Praça Bento Munhoz da Rocha Neto.