Treta no restaurante

Mãe de rapaz baleado por PM é proibida de visitar filho no hospital

Foto: Arquivo.

A Tribuna do Paraná entrou em contato com a família de T. J. B., de 16 anos, que permanece internado em estado grave no Hospital Cajuru, em Curitiba. Abalada, a mãe do jovem, Liamara Carneiro, 35, revelou que está sendo proibida de visitar o filho por conta da acusação de tentativa de assalto que recai sobre ele.

“Desde que ele deu entrada no hospital, uma escolta da PM nos proíbe de visitá-lo. Ele foi atingido em diversas partes do corpo e está na UTI. É desesperador ficar do lado de fora sem poder ficar perto do meu filho”, disse.

Segundo Liamara, o rapaz é membro da Guarda Mirim do Paraná. O rapaz, de acordo com ela, nunca se envolveu com o crime nem andava na companhia de criminosos.

“Ele sempre foi bom menino. Pedia permissão para sair de casa e sempre avisava onde e com quem ia sair. Não faz sentido algum a PM ter feito o que fez alegando achar que ele estava armado. Isso não tem explicação”, desabafou. Ainda segundo Liamara, os próprios policiais que atenderam a ocorrência, na noite de sábado (07), afirmaram que os disparos teriam acontecido por engano.

A família pretende recorrer à justiça na busca de uma liminar que lhes permita visitar o jovem no Hospital Cajuru.

Entenda o caso

O jovem e mais um rapaz foram baleados em um restaurante em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, na noite do último sábado (07). Segundo a versão dos policiais, um dos jovens teria dado voz de assalto e parecia estar armado. Com isso, um dos soldados atirou várias vezes contra o adolescente.

Depois do ocorrido, os policiais entregaram as armas para perícia da corporação. Nenhuma arma foi encontrada junto com menor ferido com maior gravidade.

A Tribuna do Paraná procurou a Polícia Militar (PM), que só se posicionou no começo da tarde. Segundo a corporação, um procedimento interno deve ser aberto para apurar o caso.

Veja a nota da PM:

A Polícia Militar do Paraná informa que sobre o caso ocorrido em Piraquara em 07/04/18, envolvendo dois adolescentes, um procedimento foi aberto e o oficial encarregado vai apurar com imparcialidade e rigor todos os fatos, independente de qualquer outra investigação paralela. A corporação não compactua com desvios de conduta de seus integrantes e caso haja comprovações, para qualquer situação, os envolvidos serão responsabilizados.

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