A praça Rui Barbosa, no centro de Curitiba, foi palco de mais uma ação criminosa na madrugada desta sexta-feira (4). Uma loja de roupas da Rua da Cidadania Matriz foi arrombada e parte das vitrines foi destruída por marginais.
Segundo os donos, o prejuízo em relação ao estoque foi de aproximadamente R$ 5 mil. E isso sem colocar na conta o computador, que também foi levado e os vidros quebrados.
“Desanima demais. O computador era novo, paguei R$ 2 mil. Já é a sexta vez que entram aqui”, desabafa a proprietária, Viviane Dergham. Segundo ela, o primeiro arrombamento foi em 2014, depois foram quatro no mês de julho de 2015 – um a cada final de semana – e este de agora. “Tem muito bandido aqui nesta região. Eles ficam aí pela frente, entram e pedem dinheiro e quando a gente não dá, ameaçam dizendo que vão voltar e matar a gente”.
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E isso fora o cheiro de urina. “É horrível”, explica o marido de Viviane, Taissir Dergham. O sotaque forte de estrangeiro justifica o apelido que tem: Turco. “Nós estamos com esta loja desde 1980. Antes era diferente. Agora eles vêm, fazem xixi quase na nossa porta e quem reclama da bagunça ainda tem que aguentar eles perguntando qual é.
Câmeras
Apontada na direção da loja, a câmera de monitoramento da Prefeitura só serve de enfeite. “Não funciona isso aí”, reclama a empresária. O marido aproveita e fala da sensação de abandono que o casal tem em relação às autoridades. “Quando meus primos perguntam o que tem de bom aqui no Brasil, eu digo: só tem roubo”.
Foi-se o estoque
Foram embora calças jeans, jaquetas, camisetas, blusas de lã. No registro da Guarda Municipal de Curitiba (GMC), que atendeu à ocorrência, o relato de uma testemunha refere um único suspeito, que saiu da loja levando uma bolsa.
Para ter acesso ao estabelecimento, o bandido usou pedras e a ação se deu entre as três e quatro horas da manhã.
“O turco tinha acabado de comprar um estoque novo de roupas”, conta o dono de uma banca de revistas que também já cansou de sofrer furtos. Na praça, além de um posto da GMC, funciona também um módulo móvel da Polícia Militar. “A gente foi lá e pediu ajuda. Dois policiais estavam lá mas eles disseram que não poderiam sair porque precisam guardar a unidade”. Como assim? “Não atenderam porque tinham que ficar cuidando do módulo. Já é a segunda vez que eles dão a mesma resposta. Da outra vez que chamamos foi quando deu uma briga aqui”.
O outro lado
Em nota, a Polícia Militar afirma que o Comando do 12º BPM – unidade responsável pelo policiamento na região – vai averiguar os fatos denunciados. A Corporação ressalta ainda o monitoramento é realizado por meio “da unidade operacional de área com ações e operações para combater diversos crimes, bem como o tráfico de drogas”.
O documento também esclarece que quando alguma ilicitude é verificada pelos policiais, as medidas cabíveis devem ser tomadas e que as equipes são orientadas a dar todo o atendimento necessário. Solicitações, denúncias e informações podem ser repassadas via 190.
Em nota, a Guarda Municipal se pronunciou sobre o caso. Confira a nota abaixo:
A Guarda Municipal tem um módulo fixo dentro da Rua da Cidadania da Matriz, na Praça Rui Barbosa. 24 horas por dia têm guardas que trabalham no local, em regime de escala. No período do dia ficam três guardas no módulo. À noite são dois guardas municipais que trabalham. Eles ficam fazendo rondas dentro da Rua da Cidadania. No entorno da praça, viaturas da Guarda Municipal fazem rondas e patrulhamento preventivo. As câmeras da Rua da Cidadania estão funcionando. Durante a madrugada desta sexta-feira (4/8) foi registrado o assalto a uma loja. A orientação é que o proprietário (a) da loja faça um boletim de ocorrência na Polícia Civil. O delegado, se quiser, pode requisitar as imagens das câmeras para investigação.