Parece até brincadeira, mas não é. Bastante conhecido na região do Parolin, em Curitiba, um rapaz de 25 anos foi preso três vezes, em menos de dez dias, por uma equipe do 12º Batalhão da Polícia Militar (PM). Na última ocasião, no dia 9 de setembro, ele estava na Rua Anselmo Camati, lugar que ele mesmo afirmou ser a sua ‘biqueira’ (local de venda de drogas), com porções de cocaína e maconha.
A situação causa revolta nos agentes envolvidos. Sem querer se identificar, um dos policiais revela a sensação de saber que o homem preso, suspeito de traficar drogas, será solto ‘sempre‘ que for detido. “Isso acontece sempre, é muito comum. A sensação é que a gente está enxugando gelo, nos arriscamos, corremos risco, até de ser processado, e ainda podemos acabar mortos. Afinal, o rapaz pode reagir, matar a gente”.
Ao chegar à Central de Flagrantes de Curitiba, o preso não ficou nem um pouco constrangido enquanto esperava o registro do novo flagrante. “É a terceira vez e vou cair quantas vezes for preciso. A biqueira é minha”, disse o rapaz aos policiais, em tom de desafio à Justiça. No último episódio ele estava com quatro gramas de cocaína e dois gramas de maconha, mas, nas outras duas prisões, dia 5 e 4 de setembro, o rapaz estava com 75 gramas de maconha em uma situação e 63 gramas em outra, de acordo com a Polícia Civil.
Mesmo com três encaminhamentos seguidos, ele foi, novamente, liberado pela justiça com um alvará de soltura.
De novo?
Logo após cada crime, o suspeito foi encaminhado à Central de Flagrantes pela PM, no Centro de Curitiba, mas isso não adiantou muito. Em menos de 24 horas o rapaz foi solto, por conta de uma decisão da Justiça, que optou por soltar o suspeito de tráfico de drogas por meio de um alvará de soltura, concedido durante uma audiência de custódia.
O policial militar comentou a decisão da justiça. “A gente espera que em uma situação dessa o rapaz permaneça na cadeia, né? Percebemos que a justiça não tem essa preocupação. Essa rotina é frequente pra nós”, relatou.
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