Quase seis meses depois da prisão de Ellen Homiak, acusada de matar o marido e policial militar Rodrigo Federizzi, a Justiça começou a ouvir as testemunhas sobre o caso. Nesta segunda-feira (23), foram ouvidas quase todas as testemunhas de acusação. Ellen acompanhou parte das oitivas e uma nova audiência foi marcada para o dia oito de março, quando ela também vai ser ouvida.
Ao todo são 11 testemunhas de acusação e, nesta segunda-feira, apenas uma das pessoas não foi ouvida. Na próxima audiência, além do depoimento de Ellen – que será o último a ser tomado –, a Justiça deve ouvir essa pessoa que faltou e ainda as outras sete testemunhas de defesa. Só depois dessa fase, o juiz decide se encaminha ou não o caso a júri popular.
Entre as testemunhas, estão familiares do casal e outras pessoas como os proprietários da loja onde Ellen comprou uma mala e uma pá usadas para esconder o corpo do PM. O filho do casal, de nove anos, também foi ouvido.
A defesa do policial afirma que os motivos que levaram Ellen a matar o marido foram banais. Já o advogado de Ellen trabalha para em caso de júri popular, buscar a desclassificação de homicídio qualificado para simples, cuja pena é menor.
Além do crime de homicídio qualificado, Ellen é acusada de ocultação de cadáver e falsa comunicação de crime. Para o promotor Lucas Cavini, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) tem convicção de que Ellen vai ser pronunciada pelos três crimes que cometeu. “Acreditamos que ela vai a júri popular. Isso porque, mesmo para quem está habituado com um crime de homicídio, foi um crime chocante”, considerou.
A próxima audiência, a que deve ser decisiva para o caso, está marcada para o dia oito de março e começa às 14h, sem previsão de término. Já a decisão, se Ellen vai ou não a júri popular, conforme avaliação da promotoria, deve sair no começo de abril.
Relembre o caso
O soldado Rodrigo Federizzi desapareceu no dia 28 de julho. Ellen procurou a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para relatar que ele havia sumido e começou, então, uma investigação para descobrir onde ele estaria. Durante as investigações, os policiais começaram a duvidar de algumas informações passadas pela então esposa do policial e ainda encontraram vestígios de sangue no apartamento do casal.
Depois de uma perícia e de um trabalho longo feito pela DHPP, Ellen foi presa e acabou confessando o crime. As duas partes do corpo de Rodrigo, que foi cortado com uma serrinha, foram encontradas em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A DHPP chegou a fazer uma reconstituição do assassinato e Ellen contou detalhes de como agiu.
A mulher disse que matou o marido porque estava sendo pressionada por ele por causa de um dinheiro, cerca de R$ 50 mil, que ela mesma gastou. Ellen ainda chegou a simular um sequestro dela mesma, para que conseguisse ganhar tempo com empréstimos na tentativa de recompor a dívida. Como ela não conseguiu, o casal discutiu e a mulher o matou.