Uma ligação recebida na manhã deste sábado (28) teria atraído Diego Paiano, de 21 anos, para a morte. O jovem foi assassinado por volta das 9h, na Rua das Laranjeiras, bairro Tanguá, em Almirante Tamandaré, após ser atingido por cerca seis disparos, efetuados por uma dupla que estava em uma moto.
Segundo testemunhas, Diego morava em Santa Felicidade, mas costumava ir constantemente até Almirante Tamandaré para ver seus cavalos, que eram mantidos na cidade. Hoje cedo, o rapaz teria sido avisado por telefone que um de seus animais estaria solto na rua. No entanto, ao ir até o local, ele acabou sendo surpreendido pelos assassinos, que emparelharam com o Fusca onde ele estava e abriram fogo.
O Siate chegou a ser acionado para prestar atendimento, mas os socorristas já o encontraram sem vida, no banco do carona do Fusca. No entanto, não há certeza se ele era quem dirigia o carro no momento em que foi baleado.
“Não temos a confirmação se ele estava dirigindo o veículo, mas acredito que não. O corpo estava no banco do carona com as pernas presas, havia um galão de combustível entre elas. E depois que foi atingido na cabeça, ele não teria como se deslocar para ficar nesta posição. Se havia alguém com ele, essa pessoa fugiu do local”, analisa o perito Teixeira do Instituto de Criminalística.
Ainda segundo o perito, os tiros atingiram o jovem no ombro, braço e cabeça. “Foram pelo menos seis a sete disparos, pela quantidade, efetuados possivelmente por dois atiradores”, diz.
De raspão
Segundo uma testemunha, que não quis ser identificada, o Fusca seguia pela rua, quando uma moto se aproximou da lateral do motorista e em seguida, um dos seus ocupantes começou a atirar.
“O Fusca parou, o motoqueiro emparelhou ao lado do motorista e ‘o garupa’ desceu e deu vários disparos. Depois ele voltou para a moto e o Fusca desceu a rua desgovernado, parando aqui embaixo, perto das casas. Depois de uns 40 minutos, os motoqueiros voltaram, passaram olhando, bem perto do carro. Acho que eles queriam ter certeza de que ele tinha morrido”, conta a testemunha, abalada.
Além de Diego, os vários tiros quase fizeram outra vítima. Uma moradora da região, de 37 anos, que não quis ter seu nome divulgado, contou que estava em sua cama quando ouviu um barulho e logo em seguida, sentiu algo atingindo seu braço.
“Eu estava deitada, no que levantei para ver o que estava acontecendo, senti algo me acertar. Acho que foi um estilhaço, da bala ou do vidro. Um dos tiros dados lá fora acertou minha janela. Estava com meu marido e filhas em casa, mas somente eu estava no quarto nessa hora. É uma sensação terrível, agradeço a Deus por não ter machucado ninguém da minha família, mas fico triste por ver uma mãe chorando a morte do filho. Aqui a comunidade costuma ser tranquila, assusta o que aconteceu hoje”, desabafa.
Pavio curto
Informações iniciais indicam que Diego não teria passagem pela polícia, no entanto, o jovem tinha fama de ser briguento. “Ele já discutiu e arrumou briga com algumas pessoas, mas não tinha nenhum vício. Sei que arrumou confusão em um bar”, contou um conhecido da vítima.
Outra testemunha relatou que Diego já teria sido vítima de uma embosca um dia antes, que pessoas em uma moto teriam tentado atirar conta ele em um cabeleireiro da região. “Foram para matar ele na sexta-feira, mas não quiseram fazer isto dentro do salão, em respeito ao comércio”, contou.
O corpo da jovem foi recolhido ao Instituto Médico-Legal de Curitiba (IML). A investigação segue por conta da Delegacia de Almirante Tamandaré