O promotor Milton Sales, responsável pelo caso do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas, deixou a Delegacia Regional de São José dos Pinhais, na tarde desta quarta-feira (7), descartando a versão de tentativa de estupro apresentada pela defesa da família Brittes. Para Sales, que esteve na casa da família, a distribuição dos cômodos torna impossível alguém não escutar gritos de socorro. Quarto e sala onde ocorria a festa seriam muito próximos.
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Sales esteve acompanhando a investigação do caso nesta quarta, mas o promotor não participou dos interrogatórios realizados pelo delegado Amadeu Trevisan, que investiga o caso. Mesmo assim, ele não acredita que a versão de tentativa de estupro sustentada pelo empresário Edison Brittes Júnior, de 38 anos, seja verdadeira.
“A forma como tudo aconteceu leva a crer que Daniel foi assassinado com requintes de crueldade por outro motivo. As investigações vão apontar o que ocorreu naquela noite, mas em todos os meus anos de promotoria não me lembro de um caso em que a vítima tivesse apresentado um teor alcoólico tão elevado. Nesse estado, ele pouco teria controle sobre si mesmo”, apontou o promotor.
Além de visitar a casa da família, Milton Sales percorreu o trajeto entre a residência e o local onde o jogador teria sido morto, no bairro Mergulhão, próximo a um pesque-pague em São José dos Pinhais, em uma área rural.
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“É um trajeto de pelo menos 20 minutos. Acredito que Daniel ainda estivesse vivo e os autores do crime tentando achar o local ideal para cometer o ato”, explicou. O promotor também disse que é possível que o local já fosse conhecido anteriormente. “Não descarto essa possibilidade”.
Conforme o promotor, a casa dos Brittes se assemelha a uma edícula. Os cômodos são muito próximos e todos que estiveram na casa poderiam ter acesso facilmente ao que ocorreu mesmo que não quisessem saber. Ele também disse que o trabalho dos envolvidos para esconder os fatos acaba implicando todos os convidados.
“Resta saber de que forma. Para isso a polícia tem que concluir o inquérito”. Na visita à casa, Sales notou uma câmera de segurança mas não soube informar se havia imagens disponíveis ou se a polícia teve acesso.
Depoimento de Edison
A audição com Edison Brittes, assassino confesso do jogador Daniel, durou cerca de seis horas. Na audiência, ele confirmou a versão que já havia dado anteriormente, de que matou o jovem em reação a uma tentativa de estupro contra sua esposa, Cristiana.
No depoimento, ele confirmou que não foi ele quem arrombou a porta do quarto para entrar onde estavam o jogador e sua esposa, e afirmou que só dará detalhes sobre o crime após a conclusão da perícia.
+ Confira o desenrolar dos acontecimentos:
Sábado (27): Ex-jogador do Coritiba é encontrado morto em São José dos Pinhais
Quarta (31): Corpo de Daniel é velado em Minas Gerais
Quarta (31): Daniel foi espancado antes de ser morto, diz testemunha
Quinta (1): Suspeito de matar ex-jogador é preso, junto com esposa e filha
Sexta (2): Conversas de Whatsapp apontam que filha de suspeito fez contato com família de jogador
Sábado (3): Saiba em que condições está presa a família Brittes, acusada da morte do jogador Daniel
Segunda-feira (5): Rapazes que testemunharam morte do ex-jogador Daniel devem depor nesta semana
Terça-feira (6): “A família está mentindo”, diz delegado após depoimento de mãe e filha
Terça-feira (6): Novos depoimentos desmentem estupro do jogador Daniel
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