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Investigação sobre a morte de fiscal de postos de combustíveis está próxima de capítulo final

Foto: Lineu Filho.

Pouco mais de três meses após a prisão do empresário Onildo Chaves de Cordova II, apontado como mandante do assassinato de Fabrizzio Machado da Silva, de 34 anos, a Justiça está prestes a começar a ouvir as testemunhas do processo. A primeira audiência – que vai colher os depoimentos de pessoas indicadas pela acusação – está marcada para o dia 24 de agosto, às 15 horas. São quatro réus ao todo: além de Onildo, também respondem Matheus Guedes, Patrick Leandro e Jefferson Rocha.

Ao todo, serão três audiências de instrução. As outras duas – para as oitivas da defesa e depoimento dos réus, estão agendadas para 18 e 19 de setembro, respectivamente, ambas a partir das 14 horas. “Serão oitivas separadas e provavelmente bastante longas porque tem muita gente para ser ouvida. Cada um dos acusados indicou uma média de oito pessoas, e isso além das testemunhas de acusação”, explica Luiz Zagonel, advogado que representa a família de Fabrízzio e atua no processo como assistente da acusação.

Somente depois dessa fase é que o juiz decide se o caso vai ou não à júri popular. “Isso vai depender do andamento das oitivas porque muita coisa nova pode aparecer durante esses depoimentos”. Na etapa de inquérito, todos os acusados ficaram em silêncio. “E mesmo depois da decisão do juiz, supondo que a determinação seja pelo júri popular, por exemplo, as partes ainda podem recorrer”.

A raiz do problema

Segundo as investigações da DHPP e do Ministério Público do Paraná (MP-PR), a morte de Fabrízzio tem relação direta com a Operação Pane Seca. A força-tarefa, conduzida pelo Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diepp), apurava denúncias de que alguns postos nos arredores da capital vendiam combustíveis adulterados e trabalhavam com bombas que entregavam ao consumidor 10% menos do que mostrava o marcador. Fabrízzio era presidente da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCFC) e ajudava nesse trabalho de averiguação.

As fiscalizações levaram ao fechamento de nove estabelecimentos por decisão da Justiça. Quatro deles pertenciam a Onildo Cordova que, além de empresário, já foi vereador em Mandirituba, Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Morte encomendada

Ainda conforme as investigações, Onildo encomendou a morte de Fabrízzio por cerca de R$ 20 mil mais uma porção de drogas. Ele repassou esse dinheiro a Patrick, o atirador, que pediu ajuda a Matheus Guedes, conhecido como “Negueba”. Para isso, ele pagou aproximadamente R$ 4 mil.

Negueba foi quem forneceu a arma usada no assassinato e deu fuga depois do crime. Essa “contratação” teria sido intermediada pelo caminhoneiro Jefferson.

O assassinato

Fabrízzio foi morto na noite de 23 de março quando chegava em casa no bairro Capão da Imbuia, em Curitiba. Ele já vinha sendo monitorado pelos criminosos. O assassino bateu na traseira do carro do fiscal, que foi baleado na cabeça no momento em que desceu o veículo para saber o que tinha acontecido.

Uma ambulância do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) chegou a ser acionada, mas a vítima não resistiu aos ferimentos. Toda ação foi registrada por câmeras de segurança.

Presos

Onildo foi detido temporariamente no fim de abril, mas, na sequência, a Justiça determinou a conversão da prisão para preventiva. Essa é a mesma situação de Matheus e Patrick; Jefferson, por sua vez, responde em liberdade. “A família do Fabrízzio sabe que nada vai trazer ele de volta, mas o mínimo que se espera é que os responsáveis paguem pelo que fizeram”, completa o advogado.

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