Investigando o que imaginavam ser um roubo comum, policiais da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) de Curitiba encontraram homens que praticavam um outro famoso crime: o golpe do bilhete. Dois homens, suspeitos de comandar a quadrilha do “golpe do bilhete premiado”, foram presos. No entanto, o prejuízo para a vítima foi grande.
O delegado André Feltes, responsável pelo caso, contou que os policiais passaram a trabalhar no caso depois que a vítima registrou um boletim de ocorrência na delegacia. “Ela registrou a ocorrência como sendo um roubo ocorrido na semana passada. Nós passamos a procurar pelos suspeitos até que os encontramos, mas descobrimos que, na verdade, a vítima tinha caído num golpe”.
Os próprios suspeitos do crime contaram aos policiais que não tinham roubado a vítima, mas sim aplicado o famoso golpe do bilhete. “Conversamos a vítima e confirmou”, explicou o delegado.
Com os dois homens, os policiais encontraram 220 notas de dólar e os bilhetes que usavam para enganar as vítimas dizendo que eram premiados. “Eram notas de um dólar e uma nota de 100 dólares, que colocavam por cima para parecer que a quantia em dinheiro era grande”.
Desta vítima, os bandidos conseguiram levar aproximadamente US$ 11 mil dólares (pouco mais de R$ 36 mil), joias e pouco mais de R$ 1 mil. Ainda de acordo com o delegado, os policiais descobriram que a dupla agiu acompanhada de um terceiro comparsa. “E é nisso que trabalhamos agora, para encontrar esse homem”. Denúncias podem ser feitas pelo telefone (41) 3218-6100.
Na delegacia, depois de contarem exatamente como agiam, os dois bandidos acabaram se complicando ainda mais. “Eles ofereceram R$ 10 mil para que fossem liberados e acabaram se complicando ainda mais”, contou André Feltes. Além do crime de estelionato que já responderia, a dupla foi autuada por corrupção ativa.
Como funciona o golpe
Apesar de antigo, o golpe ainda faz muitas vítimas no Brasil. “Usam, geralmente, um idoso. O homem diz que está perdido, pede ajuda com informações e chegam os comparsas. Começam a conversar com a vítima até que enganam falando que estão com um bilhete premiado”, explicou o delegado.
Depois de algum tempo de conversa, a vítima acaba acreditando e cai na conversa dos bandidos. “Eles oferecem parte do dinheiro do bilhete, mas pedem uma garantia para que a pessoa possa ir retirar esse prêmio. É aí que a pessoa fica no prejuízo”.