Dois policiais e um agente secreto de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Até poderia ser um time forte para combater o crime, isso se eles realmente fossem profissionais da segurança e não agissem criminosamente. Os três foram presos, nesta terça-feira (16), junto com um batateiro que lhes contratou, por suspeita de extorquirem a vítima que devia R$ 12 mil.
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Segundo o delegado João Marcelo Renk Chagas, a vítima procurou a delegacia para denunciar porque um dos homens que o cobrava disse ser policial. “Ele falou que era investigador da Delegacia de Araucária. Como as características não batiam com nenhum dos nossos policiais, percebemos que havia algo errado e passamos a investigar”.
O delegado descobriu que o trio tinha sido contratado por um batateiro para que cobrassem a vítima de um fornecimento de batatas que não foi pago por completo. Depois de várias ameaças, os homens marcaram um novo encontro com a vítima num posto de combustíveis. “Esse suposto investigador até falou que marcaria o encontro próximo a delegacia, porque se a vítima fosse até à polícia pedir ajuda nada aconteceria”.
O encontro estava marcado para terça-feira e o que os suspeitos não imaginavam é que a vítima não estaria sozinha. “Chegamos e flagramos a extorsão, por isso os quatro homens, inclusive o dono da dívida, foram presos em flagrante”, detalhou o delegado.
Equipe falcatrua
Mateus dos Santos, de 54 anos, era um agente secreto, tinha inclusive uma carteirinha dizendo ter essa função. Josimar Olisses Silva Bruno, de 30, era o policial civil de Araucária. “Que facilmente foi descoberto por nós, pois recebemos denúncias durante dois meses e não podíamos deixar passar caso realmente tivéssemos um policial cometendo crimes”.
Além da dupla, outro comparsa era Laércio Medeiros, que também seria policial. Com o trio, os policiais encontraram dois porretes e um soco inglês com um canivete. “Tudo o que usavam para extorquir a vítima”, disse o delegado.
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Batateiro em cana
Junto com os três, o batateiro Rogério Druscz, de 35 anos, também acabou preso. “Ele estava junto com os homens no momento do flagrante e, por isso, também acabou preso por contratar este tipo de cobrança criminosa”.
Rogério disse não saber que os homens ameaçavam para receber a quantia devida. “Ele me pagou somente R$ 10.500, de uma dívida que era de R$ 22 mil. Eu já tinha tentado por um advogado, não tinha conseguido receber e, por isso, pedi ajuda ao Mateus, o único do grupo que eu conhecia, mas não imaginava que iriam ameaçar, acreditei que só uma conversa resolveria”, defendeu o homem, que é de Contenda, também na RMC.
Apesar de negar que tivesse contratado outras vezes os três homens, Rogério se contradisse ao conversar com os policiais. “Ele disse que, em outros momentos, tinha funcionado é recebido a dívida. Vamos investigar, mas acreditamos que ele mesmo possa ter contratado o grupo outras vezes”, disse o delegado João Marcelo.
Outras vítimas
A Polícia Civil procurou a imprensa para divulgar o nome e o rosto dos envolvidos, pois há a suspeita de que eles tenham feito outras vítimas na cidade. “Sem que divulgássemos, outra pessoa que foi prejudicada já apareceu, então acreditamos que divulgando, mais gente vai os reconhecer”.
Segundo o delegado, cobrar a dívida em si não é um crime, o problema foi a forma usada para isso. “Justamente por isso que existem empresas de cobranças e uma forma correta de cobrar alguém que deve para você, não com ameaças e agressões. Se isso acontecer, a pessoa deve sim denunciar, pois é um crime”, alertou.
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