“Ou era eu, ou era ele. Eu só queria me defender. Eu não queria fazer absolutamente nada contra ele. Mas ele estava armado e veio pra cima de mim, eu só me defendi”, afirma Wellington Bryan dos Santos, 22 anos, assassino confesso de Mikchael Soares Matheus Pinto, 20 anos, morto com golpes de martelo que chegaram a afundar sua cabeça. O crime aconteceu no dia 30 de dezembro do ano passado na Vila Corbélia, no bairro CIC, em Curitiba.
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O delegado Thiago Nóbrega, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), contou que Wellington foi preso na cidade de Mariópolis, no sudoeste do Paraná, na tarde desta quinta-feira (13). Assim que golpeou a vítima no dia do crime, o assassino imediatamente colocou a esposa e os filhos dentro do carro de um tio e fez o parente levá-los até Mariópolis, onde ficaram escondidos numa casa antiga do sogro de Wellington.
Mas, conforme o delegado, o rapaz começou a arranjar confusão com a vizinhança local, que registrou vários boletins de ocorrência contra ele. Isso chamou atenção da polícia, que constatou tratar-se de um foragido da Justiça, visto que ele tinha mandado de prisão preventiva pelo assassinato de Mikchael. Ele foi preso na frente dos dois filhos pequenos (2 e 5 anos) e da esposa, grávida do terceiro filho do casal.
Homicídio
Na versão dada por Wellington à imprensa, nesta sexta-feira (14), ele conta que estava na casa do tio, na Vila Corbélia, quando Mikchael chegou no churrasco da família e só arranjou confusão. Primeiro, furtou celulares da casa de seu tio e depois mexeu com a mulher de Wellington, que afirma que tentava apaziguar a situação e mandar o rapaz embora dali. Pouco depois, Wellington precisou sair buscar umas roupas em casa e, quando voltou, diz que viu Mikchael gritando e dando de dedo na cara de seu tio.
“Eu não podia deixar ele fazer nada com o meu tio, que tem uma família para sustentar. Então eu fui intervir. Mas eu vi que ele tinha um volume nas costas, por baixo da blusa. Era uma arma. Ele veio pra cima de mim. Então só catei um martelo que estava perto de mim e reagi, golpeei ele pra me proteger. Pra mim isso não foi um crime, foi uma defesa”, afirma o assassino, que confirma que tanto ele, quanto a vítima, estavam drogados no momento do homicídio.
“Depois eu arrastei o corpo dele pro canto, porque eu queria sair com o carro e ele estava no caminho. Eu não queria passar por cima. Eu nem queria matá-lo, só queria me defender”, afirmou o rapaz, que ainda disse que, depois que a vítima estava caída no chão, mexeu nos bolsos dele e encontrou os celulares furtados da casa de seu tio. “Quanto à arma que ele tinha nas costas eu não sei. Nem mexi. O corpo dele ficou lá. Tem muita piazada na vila. Alguém com certeza pegou”, disse Wellington, explicando o possível porquê da polícia não ter encontrado a suposta arma da vítima.
Wellington ainda disse que pensou em se entregar, mas ficou com medo. “Eu tinha matado um deles, da favela. Era o cara que vendia droga pra eles. Meu medo não era da polícia. Era deles virem atrás de mim e me matarem. Por isso desisti de me entregar”, afirmou o assassino confesso.
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