Matias Colonetti, 42 anos, o homem que confessou ter matado Ariel Romão Ribeiro, de 38, se entregou à Polícia Civil nesta quarta-feira (21). Aos policiais, ele alegou que foi até a casa da vítima para pedir que os familiares o convencessem a não matá-lo. Um dia após o crime, a polícia informou que o crime teria ocorrido após um palpite errado em um jogo de cartas.
De acordo com a versão do dono do bar, Ariel provocou um tumulto no estabelecimento. “Estávamos no bar jogando, mas ele e o primo não, chegaram depois. Começaram a beber com a gente e depois de um tempo, não sei porquê, Ariel deu um soco na mesa e começou um tumulto. Quando eu disse que não aceitava isso no meu bar, ele se irritou”, contou Matias.
Nervoso, Ariel teria dado um golpe no pescoço de Matias, mas não conseguiu segurá-lo. “Ele saiu dizendo que voltaria e eu, por saber que ele andava armado, fiquei com medo que isso acontecesse de fato”.
Matias contou que foi até a casa de Ariel para tentar conversar com o primo do homem, com a intenção de pedir que ele e a esposa de Ariel o convencessem a não fazer nada. “Quando eu ceguei a casa, o carro do Ariel não estava e eu achei que ele também não estava. Comecei a conversar com o primo e a esposa, até que ele apareceu e o crime aconteceu”.
Depois do crime, Matias fugiu e disse que jogou a arma num matagal em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Ele confessou que realmente não poderia estar com a arma. “Eu me armei no passado, depois que fui vítima de um assalto e temi pela minha família. Nunca tinha atirado antes do que aconteceu”.
Dizendo estar arrependido do que fez, Matias explicou que Ariel não teria feito nenhum palpite errado e que o crime só aconteceu porque os dois estavam alterados. “Eu destruí varias vidas, eu sei. Mas quero pagar pelo que eu fiz da forma que aconteceu, sem mentiras”, se defendeu na delegacia.
O que diz a polícia?
Para a Polícia Civil, a desculpa dada por Matias não convence. “É descabida, né? Porque ele disse que atirou uma vez para conter a vítima e depois outra, que acertou na cabeça. Mas foram cinco tiros”, explicou o investigador Henrique Lima.
Por enquanto, Matias responde em liberdade, mas ainda conforme o investigador, que acompanhou todo o trabalho desde o começo, o dono do bar poderia ter evitado o crime. “Ele foi até a casa da vítima. Lá, na residência, ele estava armado e Ariel não”.
As equipes do 11º Distrito Policial (DP) receberam denúncias de que no bar havia máquinas caça-níqueis. “Fomos tentar confirmar essa denúncia, para apreender essas máquinas, mas não conseguimos entrar no bar. Também procuramos pela arma do crime, mas não encontramos no local onde ele disse que jogou”, destacou Henrique.
O crime
O assassinato ocorreu na madrugada da última sexta-feira (16), na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Segundo a polícia, o dono do bar onde o jogo acontecia matou Ariel Romão Ribeiro, que teria dado o palpite que acabou dando errado. Ao saber da morte do filho, Maria Ribeiro, de 76, teve um AVC e também morreu.