Extorsão

Homem que cobrava ‘pedágio do sexo’ para mulheres e travestis no Boqueirão é preso

Homem preso pela polícia cobrava 'pedágio do sexo' a mulheres e travestis que se prostituíam no Boqueirão, em Curitiba.
Homem preso pela polícia cobrava 'pedágio do sexo' a mulheres e travestis que se prostituíam no Boqueirão, em Curitiba.

Os policiais da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) têm investigado direto situações de extorsão de mulheres e travestis para que possam se prostituir nas ruas do bairro Boqueirão, em Curitiba. No começo do ano, um casal foi preso suspeito do crime e agora, nesta quinta-feira (19), mais um homem foi detido. A questão da prostituição no Boqueirão, inclusive, já foi abordada pelos Caçadores de Notícias.

Segundo as investigações, Jocimar dos Santos, de 43 anos, também é suspeito de extorsão. A DFR apurou que ele cobrava uma espécie de “pedágio” para que mulheres e travestis pudessem se prostituir.

Ele foi detido em flagrante no momento em que realizava a cobrança de duas garotas de programa.

Conforme divulgou a polícia, o suspeito assumiu a cobrança do “pedágio do sexo”, depois que o casal foi preso pelo mesmo crime, em maio deste ano.

Jocimar dos Santos, de 43 anos, foi preso é suspeito de extorsão. Foto: Felipe Rosa.
Jocimar dos Santos, de 43 anos, foi preso é suspeito de extorsão. Foto: Felipe Rosa.

Ameaça de morte

O homem foi denunciado por uma das garotas de programa, que se cansou não só de ter que pagar por algo que não devia, mas também começou a temer pela sua própria vida. Na delegacia, ela, que tem 28 anos, disse que Jocimar alegava que andava armado. “Cobrava em torno de R$100 por semana e, se não pagássemos, prometia voltar e nos agredir ou até mesmo nos matar”.

A moça disse que Jocimar chegava sempre de carro e dizia que estava “a mando do outro”, mas nunca deixou claro quem era esse homem. “Toda quinta-feira era a mesma coisa. Comigo nunca aconteceu nada de ruim, porque sempre paguei certinho, mas conheço meninas que apanharam”, denunciou. Segundo o delegado, algumas meninas tinham até dedos quebrados caso não pagassem.

Para a moça, o trabalho em si não é visto com bons olhos e a situação que enfrenta é essa porque precisa. “Trabalhamos com muitos riscos e ainda por cima temos que lidar com gente que quer se aproveitar da gente. O problema é que ele sai e entra outro, sempre vai ser assim”.

O jeito é denunciar

O delegado Emmanoel David destacou que não há muito o que a polícia fazer para tentar coibir este tipo de crime, uma vez que precisa haver denúncia de uma das vítimas para que a algo seja feito. “O que nós orientamos é para que as moças não tenham medo de nos procurar sempre que for preciso, pois assim, pouco a pouco, vamos tirando todos de circulação”. O telefone da DFR é o (41) ‭3218-6100.

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