Armado, um ex-militar de 74 anos entrou em surto na noite desta segunda-feira (7) em Curitiba. Segundo informações de testemunhas no local, ele seria um colecionador de armas e teria disparado pelo menos 60 tiros dentro da casa onde vive com a mãe de 99 anos de idade. O local fica na Rua Martin Afonso, nas proximidades da Rua Visconde do Rio Branco, no bairro Mercês. A Polícia Militar negociou com o homem, mas precisou agir com um pouco mais de energia para por fim ao cerco que durou cerca de 4 horas.
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Por volta das 21h15, a Polícia Militar entrou na casa e após muitos gritos e tiros serem ouvidos, duas pessoas foram retiradas da residência. Uma era a mãe do atirador e a outra refém, a cuidadora da idosa. As mulheres não foram feridas. Depois de montar barricadas dentro do local, gás lacrimogênio precisou ser utilizado e após um tiro de arma não letal ferir o ex-militar a prisão aconteceu e a ocorrência terminou.
O homem foi encaminhado para um Hospital Evangélico Mackenzie sob custódia da polícia com ferimentos na perna e na cabeça, causados por uma queda sofrida por ele de uma altura de aproximadamente quatro metros.
A idosa foi encaminhada para a UPA do Campo Comprido para exames e recebeu alta por volta de uma hora da manhã desta terça-feira (08).
Tiros e armas
O tenente coronel do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar Anderson Pereira participou das negociações e explicou como a situação começou. “Nós recebemos um chamado no 190 de que havia disparos de arma de fogo e na chegada das equipes, foi constatado que uma pessoa em estado psicótico estava disparando a esmo dentro da casa. Nós temos a informação de que ele tem pelo menos três ou quatro armas dentro da residência”, afirma.
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No entanto, segundo o tenente, os policiais ainda não sabiam com que modelos de armas eles estavam lidando no decorrer da ocorrência. “Não temos ainda essa informação com precisão. Nós não tivemos acesso à casa e os negociadores estão tentando estabelecer um contato pra tentar encerrar a crise”, disse.
Irmãos do idoso foram até o local para ajudar na negociação, acompanhando a situação e fornecendo informações para a polícia. Segundo eles, o homem toma remédios, mas não teria apresentado outro episódio anterior de psicose.
Negociação
De acordo com a PM, os primeiros tiros foram dados a esmo dentro da residência. Depois, o homem passou a atirar em direção ao lado exterior da casa. “Nós já tivemos alguns disparos em direção aos policiais que estavam trabalhando na negociação”, afirmou o tenente.
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“Agora, nós vamos acompanhar um processo técnico, que nós estamos mantendo permanentemente pra tentar solucionar a crise da melhor forma possível. Esta é uma região bastante populosa e nós temos muitos vizinhos prédios. Nós evacuamos tudo que foi possível no entorno da residência e vamos manter o isolamento até a solução da crise”, esclareceu Pereira. As ações no local são conduzidas uma equipe técnica de negociação do Comando de Operações Especiais e Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope).
O tenente-coronel explicou que todas as técnicas de negociação foram usadas, mas em nenhum momento o homem interagiu com a polícia. “Foram aplicadas todas as técnicas, mas ele não respondeu nenhum contato da PM. Depois da negociação aplicamos outras técnicas que possibilitaram o fim do caso”.
“Vamos aguardar a manifestação da policia judiciaria e o Ministério Púbico para saber o andamento do caso. O trabalho da Polícia termina aqui”, encerrou o tenente-coronel. Segundo familiares este foi o primeiro surto do homem.
Ruas ficaram com o trânsito bloqueado na região. Foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná.
Bloqueio
Diversas ruas da região ficaram totalmente bloqueadas pela polícia, gerando transtornos aos motoristas. Veja onde aconteceram os bloqueios.
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