Os guardas municipais de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), fazem uma manifestação nesta terça-feira (17). Eles pedem a saída do atual secretário de segurança, Adriano Marcus Carias Muhlstedt, e a troca do comando da GM da cidade.

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Durante a manhã, uma comissão foi recebida pelo chefe de gabinete da prefeitura, enquanto uma nova reunião aconteceu a tarde com o prefeito Toninho Fenelon (PSC). Além disso, na semana passada os GMs entregaram a denúncia na prefeitura e afirmam que, caso não sejam atendidos, ocorrerá uma paralisação e apenas 30% do efetivo vai trabalhar.

Segundo os GMs, o maior problema enfrentado é o assédio moral e a perseguição pelos atuais comandantes da guarda. Eles também apontam, através da carta enviada ao prefeito da cidade, que o secretário da segurança não tem preparo para estar no cargo que ocupa. “Nosso secretário nunca foi policial. Ainda, nem formação acadêmica específica tem. Sua formação é em Zootecnia. Cremos que o secretário da pasta deve ter formação em direito ou ter sido policial, pois o curso de sua formação não se amolda às necessidades da secretaria”, defende os guardas, na carta protocolada.

Foto: Gerson Klaina.

Os guardas dizem que o secretário demorou quase quatro anos para trocar os uniformes da GM. “Alguns guardas tinham que tirar dinheiro do próprio bolso para comprar fardamento. O secretário ainda gastou quase R$ 600 mil em motocicletas que são pouco utilizadas, sendo que havia outras prioridades para o emprego da verba. Isso também mostra o seu despreparo como Administrador Público”, relata a carta.

Perseguições

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Sobre as denúncias de assédio moral, os GMs dizem que vários colegas de farda já foram afetados. “Conhecemos vários companheiros que se afastaram porque não conseguem mais trabalhar, por causa do assédio. Quem não ‘se vende’, não vai pra frente com o atual comando”, denunciou um dos GMs entrevistados pela Tribuna, mas que pediu para não ser identificado.

Outro GM, que também preferiu não se identificar, trabalha na guarda há 11 anos e vem sofrendo com perseguições. “Começou, comigo, em 2015. Eu não aceitava algumas ordens, questionava, e começaram a me perseguir para que eu aceitasse tudo e não os afrontasse”.

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Segundo o homem, que tem 30 anos, logo depois as perseguições aumentaram por causa do uso da barba. “Eu li toda a lei municipal e vi que não tem base legal. Resolvi usar a barba e, desde então, as perseguições aumentaram. Tentaram me aposentar, dizendo que eu sou insubordinado, me trocaram de posto e todos os protocolos que faço, praticamente todos não são atendidos”.

Troca de comando

Além da saída do secretário, eles querem que sejam trocados também os 15 guardas – cargos de comissão, segundo os GMs – que estão no comando. “Queremos mais participação com os assuntos da prefeitura. Temos que acabar com muitos problemas que enfrentamos em nosso departamento, como o constrangimento. Precisamos de uma limpeza ética e moral no nosso departamento”, disse Frandaloso.

Na carta enviada ao prefeito consta que um dos chefes da GM teria sido flagrado por ciclistas mantendo relações com uma mulher dentro da viatura da Guarda Municipal no Parque de São José dos Pinhais. “A denúncia continua em andamento pelo Ministério Público, mas foi arquivada pela sindicância da GM, conseguiram abafar o caso. É com isso que não compactuamos”, explicou o guarda.

Efetivo

A paralisação desta terça-feira envolve apenas guardas municipais que não estão em serviço (de folga e em férias). Caso optem pela greve, um indicativo vai ser protocolado e, nesta sexta-feira (20), apenas 50 guardas, do efetivo de 172, vão trabalhar. “E aí não teremos tempo para voltar ao trabalho. Seguindo exemplo de uma decisão da Justiça, de outra greve que foi feita anteriormente, vamos manter 30% dos guardas na rua, mas somente isso”.

Reunião

Em nota, a prefeitura de São José dos Pinhais informou que no final da manhã o chefe de gabinete do prefeito recebeu a comissão formada por representantes dos guardas que estão realizando o movimento para uma reunião. Os guardas informaram que insistiram que a reunião fosse feita com o prefeito Toninho. Esse encontro aconteceu das 14h30 às 18h de maneira cordial, no qual o prefeito ouviu os representantes e, diante das exposições, solicitou um prazo para avaliar todos os questionamento e poder responder às solicitações.

Sobre as denúncias feitas pelos guardas, a prefeitura disse não concordar com algumas reivindicações. ‘Com relação ao secretário de segurança, o mesmo tem formação em Zootecnia e ocupa funções públicas há muitos anos, tendo passado por diversas secretarias e logrado êxito com qualidade administrativa, sendo qualificado para exercer o cargo‘, pontuou, em nota.

A respeito do processo de sindicância aberto contra um dos chefes da GM, a prefeitura informou que este processo foi esclarecido e encerrado sem ônus ao servidor. Sobre a falta de condições dos uniformes, a prefeitura disse que realiza o processo de compra e troca de todo fardamento e equipamento a cada quatro anos e a última entrega foi efetuada no final de 2016.