O estouro de um esquema de turismo de caça que ocorria em uma zona rural de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, terminou com a prisão de dois homens na manhã nesta quinta-feira (27).
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Desde as primeiras horas do dia, a Polícia Civil cumpriu oito mandados de busca e apreensão dentro de uma propriedade na Colônia Castelhanos, área de mata atlântica quase na divisa com Guaratuba. Além do incentivo à caça proibida, os presos são suspeitos de outros crimes, como uso de motosserras para desmatar áreas de plantio de banana, extração de madeira nativa para fabricar móveis, extração e venda de palmito nativo e porte ilegal de arma de fogo.
O delegado responsável pela investigação, Matheus Araújo Laiola, disse que o local acolhia turistas de cidades próximas, incluindo Joinville, em Santa Catarina, que recebiam toda a infraestrutura para praticar a caça ilegal. “Desde roupas apropriadas, equipamentos como lanternas e apitos e até as armas. Na propriedade funcionava um tipo de pousada de alvenaria e, também, com barracas. Inclusive, cães perdigueiros sofriam maus-tratos, com pouca alimentação, para depois perseguir a caça”, revelou o delegado.
Os homens eram moradores da propriedade. Um deles foi autuado em flagrante por estar comercializando palmito sem autorização legal e, o outro, por guardar as munições e os apetrechos para receber os turistas. Entre os animais que entravam na mira dos caçadores estavam pacas, cateto (um tipo de porco do mato), antas, tatu e pássaros (por isso os apitos).
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Segundo Laiola, uma denúncia anônima levou a polícia a investigar o caso. “Já sabíamos o que poderíamos encontrar. Por seu uma localidade de difícil acesso, é possível que os suspeitos praticassem esses crimes há muitos anos. Ainda estamos levantando se há outros envolvidos, qual seria a arrecadação, como os turistas ficavam sabendo da existência de tais atividades”. Conforme revelou a Polícia Civil, seguindo de carro, a propriedade fica a cerca de 50 minutos do centro de São José dos Pinhais, sendo que meia hora do caminho é por estradas rurais. Próximo do local, só se chega a pé.
“Tivemos que solicitar o apoio do Tigre [Tático Integrado de Grupos de Repressões Especiais] para cruzar pelo meio de alagados, pontes móveis e outros obstáculos”, disse o delegado.
O delegado explicou que as investigações prosseguem. Embora os suspeitos não tenham sido apresentados pela Polícia Civil, eles seguirão detidos e à disposição da Justiça.
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